Mesmo com novo corte, País ainda terá maior juro real do mundo

Ainda que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduza a taxa Selic na sua reunião desta quarta-feira (18), o Brasil continuará o país com os juros reais (descontada a inflação) mais altos do mundo, segundo a consultoria UpTrend.

A Selic, parâmetro para as principais operações de crédito no país, está hoje em 12,75% ao ano. Caso caia 0,25 ponto percentual, como esperam analistas de mercado, os juros reais brasileiros ficariam em 8,5%.



Esse valor é mais do que suficiente para manter o Brasil no topo da lista. Na Turquia, em segundo lugar nesse ranking, a taxa é de 6% ao ano. Os juros reais médios praticados nos 40 países selecionados pela consultoria estão em 2,2%. Por último vem a Argentina, com taxa negativa de 2,7% ao ano.



A reunião desta quarta-feira deve ser a última a contar com o economista Rodrigo Azevedo, que anunciou sua demissão do cargo de diretor de Política Monetária na semana passada. A vaga será ocupada por Mario Torós, ex-vice-presidente do Santander.



Projeção
No começo de março, pouco antes da mais recente reunião do Copom, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que espera ver a taxa de juros reais do Brasil em 5%.



A partir dessa expectativa do ministro, a UpTrend fez uma projeção de quando o Brasil deve alcançar esse resultado, a partir dos dados que o mercado considera como possíveis de ocorrer durante os próximos anos.



Para 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, respectivamente, o mercado projeta juros médios em 12,16%, 11%, 10,3%, 10% e 9% ao ano. Ao mesmo tempo, o mercado financeiro também estima um IPCA de 3,87% para 2007 e de 4% para os ano seguintes.



Com base neste cenário, a projeção da empresa para os juros reais em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 ficou, respectivamente, em: 8%, 6,86%, 6,06%, 5,77% e 4,95% ao ano.



Mesmo no patamar de 5% ao ano, desejado por Mantega, os juros reais brasileiros ainda estariam acima do visto atualmente em países desenvolvidos. Considerando a inflação para os próximos doze meses, o Brasil, apesar de estar com os juros nominais (determinados pelo BC) no nível mais baixo dos últimos anos, ficaria atrás de Israel (4,6%), China (3,8%), Estados Unidos (3,1%), Alemanha (2,3%) e Suíça (2,1%).