Futebol: Itália não será sede da Eurocopa devido à corrupção

Em julho de 2006, depois da vitória da seleção italiana na Copa do Mundo, ainda parecia possível esquecer a violência e a corrupção que atormentam o futebol do país. Mas nesta semana os torcedores foram obrigados a relembrar esse problema: a candidatura d

A grande maioria do comitê executivo da Uefa votou na quarta-feira (18) passada em favor dos dois países do Leste europeu. A decisão foi recebida com euforia e incredulidade na Polônia e na Ucrânia, que não acreditavam ter chances como sede do evento mais importante do futebol na Europa. Os dois países jamais organizaram torneios de futebol de alto nível.



A Itália agora só pode esperar que o choque da derrota fora do campo tenha conseqüências positivas. Por exemplo, a reforma dos estádios e a aposentadoria de sua classe dirigente. “A cara feia que o futebol italiano mostrou ao mundo recentemente foi punida com dureza”, comentou o diário L'Unità. E Gigi Riva, velho vice-campeão da Copa de 70, acrescentou: “Vamos ao estádio com capacetes na cabeça e o escândalo dos jogos combinados criou constrangimento para o futebol mundial”.



O inquérito sobre manipulação de resultados já tinha levado a Federação italiana de futebol a rebaixar o campeão Juventus para a segunda divisão, enquanto quatro times da Serie A foram penalizados com pontos a menos. O caso continua aberto, com novas revelações que poderiam tirar do Juventus mais um título – o de 2005, que iria para o Milan – depois do Scudetto de 2006, cancelado do clube de Turim e costurado na camisa do Internazionale de Milão.


Mas tudo isso passou em segundo plano depois da morte de um dirigente de um time de terceira divisão, assassinado durante uma briga no vestiário, e da morte de um policial no estádio de Catania, após um jogo contra o Palermo, em fevereiro passado.



Enquanto ucranianos e poloneses festejam, a mídia italiana critica: eles não têm estádios, não têm rede de transportes e infra-estrutura para hospedar os europeus – chegam a insinuar que o comitê da Uefa foi comprado. Acusação que, na boca do futebol mais rico e corrupto da Europa, tem gosto de mais uma derrota: como se a Itália perdesse até o primado da propina.



Fonte: Terra Magazine