Berzoini vê divergências no PT sobre fim da reeleição

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, admitiu nesta segunda-feira que há divergênias entre os petistas sobre o que fazer com a reeleição. Em entrevista ao site do seu partido, ele declarou sua “posição pessoal contra” a reeleição, mas disse que há “muita

Acredito que a imensa maioria dos petistas é contra a reeleição, mas há muita gente a favor. E ambas são posições respeitáveis. Esse não é um tema que nos separe ideologicamente. É uma visão só sobre como organizar a estrutura diretiva do Estado. Portanto, não tem nada de profundo no debate sobre a reeleição. Algumas pessoas, como eu, acreditam que a reeleição não é um bom mecanismo”, disse Berzoini.



Indagado se o PT teme que essa discussão ajude a oposição, que já tem potenciais candidatos para 2010, Berzoini negou. “Esse é um tema que, na minha opinião, não pode ser pautado casuisticamente. Se aprovar o fim da reeleição beneficia mais A ou B, isso não é razão para nós nos pautarmos por isso. Obviamente há quem acredite que há uma tática do PSDB em torno disso. Eu, pessoalmente, não levo isso muito a sério, até porque o PSDB tem suas divisões internas a respeito do tema”, argumentou.


 


O presidente do PT não se referiu durante a entrevista a outros aspectos da reforma política. O Diretório Nacional, na resolução deste sábado, trabalha com a idéia de uma reforma que inclua financiamento público de campanhas, voto em listas fechadas de partidos (inclusive com equidade entre homens e mulheres, mas também a volta da cláusula de barreira, embora atenuada para 2%, e o fim das coligações em eleições proporcionais.



Pressão para ampliar “a cota do PT”



A entrevista incluiu queixas sobre o resultado da reforma ministerial. “Existem forças importantes no PT que não estão contempladas no primeiro escalão do governo. Como nós buscamos um equilíbrio no relacionamento interno, o ideal é que nós possamos fazer isso em conjunto com o governo, evidentemente dentro do que se poderia chamar de cota do PT, se é que há cota do PT”, disse o presidente da sigla.
Berzoini considerou “natural que “os setores que estão se sentindo menos representados estão irritados, estão reivindicando”. E manifestou a esperança de que a reivindicação seja resolvida. “Eu espero que o governo tenha sensibilidade em relação a isso”, afirmou. Ele acha que existem “ansiedades” também quanto ao preenchimento dos cargos de segundo escalão, “não só no PMDB, mas em todos os partidos, inclusive no PT”.



Berzoini falou também sobre os juros, e foi mais afirmativo neste ponto, dentro do diapasão da resolução do DN, onde o PT “reafirma a necessidade e urgência de uma queda acentuada nas taxas”.



“Eu acredito que estamos gastando dinheiro demais com pagamento de juros, numa situação em que o risco-país caiu fortemente, que a inflação não dá sinais de instabilidade e que o Brasil está com um horizonte econômico muito positivo. Então não há razão para não baixarmos mais rapidamente e chegarmos a um juro real na faixa de 7%, por exemplo, que seria o juro ideal para o Brasil”, disse o presidente do PT.



 Com www.pt.org.br