Marcha dos professores exige piso salarial acima de R$ 1.000

As cores das camisetas dividiam as entidades sindicais, mas as palavras de ordem uniam todos os 15 mil manifestantes que percorreram a Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (25) para exigir piso nacional dos professores superior ao proposto pel

Os líderes sindicais, que usaram o microfone na manifestação, destacaram a presença dos trabalhadores em educação que vieram de todo o País e os atos que estavam sendo realizados, simultaneamente, em seus estados de origem.



Pontuados por palavras de ordem e frases de efeito – ''Piso não é esmola, queremos um piso decente'' -, os oradores exigiram do Congresso a aprovação da proposta de Piso formulada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) – R$ 1.050,00 para profissionais de nível médio e R$ 1.575,00 para os de nível superior, considerando-se, em ambos os casos, jornada de 30 horas.



Segundo os líderes sindicais, a proposta de criação de um piso salarial nacional é uma antiga reivindicação da categoria que, agora, com a aprovação do Fundeb (Fundo da Educação Básica), entra na pauta das discussões com a prioridade e a urgência que o País precisa.



''Vamos construir resistência para que a educação seja prioridade'', dizem os manifestantes, destacando que ''um piso de R$850 – que já é realidade e até inferior em alguns estados – não expressa o esforço dos profissionais que fazem a educação nesse país'', afirmam.



Consonância com o governo



Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que participou da manifestação, a marcha é ''oportuna, por que acontece no momento em que a matéria está em discussão'', acrescentando que ''a tradição democrática manda que se escute as manifestações da sociedade civil organizada''.



Segundo ainda o deputado, a manifestação dos professores está em consonância com a política do governo, de valorização da educação, destacando que a reivindicação do piso salarial diferenciado é justa por que atende a realidade do País e a redução da carga horária para 30 horas – o governo propõe 40 horas – está de acordo com a idéia de que a atividade do professor não se restringe a sala de aula. ''As atividades de planejamento são tão importantes quando as atividade de aula'', lembra o parlamentar



Outras reivindicações



O evento é parte da 7º Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que começou nesta segunda-feira (23), com reunião do Coletivo de Mulheres; e vai até quinta-feira (26), quando será realizada audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.



Ao longo da semana, a CNTE e seus sindicatos filiados (estaduais e municipais) organizaram manifestações e atos públicos alinhados com as reivindicações nacionais em todos os estados, que incluem, além da implantação do Piso Salarial Profissional Nacional, políticas que implementem formas de gestão democrática, valorização profissional e financiamento.



De Brasília
Márcia Xavier