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PCdoB participa do 6º Congresso do PC do Paraguai

Realizou-se no último final de semana, 21 e 22 de abril, em Assunção, Paraguai, o 6º Congresso do Partido Comunista Paraguaio. O PCdoB foi convidado a participar do evento e na ocasião foi representado pelo secretário de Relações Internacionais, José Rein

Na avaliação do dirigente comunista, “é muito positivo que o Partido Comunista do Paraguai tenha reunido seu congresso e tomado resoluções importantes sobre a situação política nacional e sobre sua atuação no próximo período, sobretudo tendo em vista influenciar a campanha para presidência do país no próximo ano”.


 


 


A menos de um ano de completar o 80º aniversário, a coletividade comunista do país irmão realizou seu congresso ordinário, promovendo uma audaciosa renovação. Seu secretário-geral, o histórico dirigente comunista Ananias Maidana, deixou o cargo que exerceu durante mais de três décadas, sendo eleito presidente, com funções representativas nacionais e internacionais. Os delegados decidiram na plenária final criar um secretariado-geral coletivo, formado por quatro dirigentes: Amado Nageeb, de 30 anos, que até o momento era o principal dirigente da Juventude, Pedro Espinoza, também jovem, responsável pelo partido na Cidade do Leste, Lauro Campos, dirigente operário, e Manuel Ramos, um experimentado dirigente da geração que enfrentou a ditadura de Alfredo Stroessner.


 


 


Redenção social


 


 


O PC paraguaio passou em revista o quadro mundial e reafirmou as convicções sobre o desenvolvimento da luta pelo socialismo como único meio de superar o sistema capitalista. Conforme destacou o informe do 6º Congresso, o evento “se realiza num momento crucial da história da humanidade, quando as gigantescas lutas por ideais superiores de redenção social se desenvolvem em meio a enormes dificuldades e perigos derivados da crise do sistema econômico social capitalista e imperialista”.


 


 


Os comunistas paraguaios consideraram que amadurecem as condições para elevar a luta em seu país por transformações democráticas rumo ao socialismo, em consonância com a situação e a dinâmica da América Latina e do Caribe, “um continente convulsionado hoje por revoluções triunfantes de conteúdo e sentido socialistas”, conforme se assinala no informe apresentado pelo Comitê Central.


 


 


O documento valorizou os êxitos das Revoluções cubana e venezuelana, o “progresso espetacular da China” , o “desenvolvimento político independente de potências como Índia, Irã e Rússia, a reconstrução do Movimento  de Países Não-Alinhados e ainda um clima de mudanças radicais que se aninha em povos inteiros, como no Brasil, na Argentina e no Uruguai, com incidência nas políticas governamentais desses países”.


 


 


Sintonizado com o despertar das lutas, o PC paraguaio destaca: “Para consolidar o processo de reagrupamento do campo popular, os comunistas de todo o mundo devemos lutar decididamente por priorizar a integração das lutas populares de todo o mundo. Dentro dessa lógica situamos o Fórum de São Paulo, o Fórum Social Mundial e as tentativas de unidade dos trabalhadores em torno de medidas reivindicativas e de postulações políticas que apontem no sentido da destruição de todas as formas de dominação e para a construção da nova sociedade”.


 


 


Campanha presidencial


 


 


O congresso foi também uma oportunidade para os comunistas paraguaios analisarem o quadro político atual em seu país e iniciar o debate sobre as perspectivas eleitorais para o próximo ano. “A emergência de Fernando Lugo”, diz o informe, “constitui um fenômeno eleitoral pelas esperanças de mudança que desperta. Não tem uma definição ideológica clara e tampouco explicitou um programa claro de luta e de governo, mas deixou evidente a opção preferencial pelos pobres e sua sensibilidade em relação aos mais agudos problemas sociais, como a falta de trabalho, de alimentação adequada, de saúde, de educação etc.”


 


 


Em outro trecho, o documento afirma que “a Aliança Patriótica Socialista, integrada pelo Partido Comunista Paraguaio, o Partido Convergência Popular Socialista e o Partido da Unidade Popular e pelos movimentos Plenária Política Camponesa e Indígena e o Movimento Comunero do Paraguai, defende a formação de uma frente popular como instrumento das mudanças democráticas, patrióticas e populares”. Em breve, a APS iniciará conversações com as forças que apóiam Fernando Lugo, no sentido de elaborar uma plataforma que conduza à formação de uma ampla frente eleitoral progressista.


 


 


O Congresso do Partido Paraguaio contou com a presença de delegações do Partido Comunista Argentino, representado pela dirigente Emília Segotta, e do Partido Comunista do Brasil, através do secretário de Relações Internacionais do Comitê Central, Zé Reinaldo.


 


 


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Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB