Professores de fazem protesto por melhores salários em Iranduba

De acordo com Raimundo Vieira, professor há 4 anos, a finalidade da reunião foi manifestar ao prefeito Nonato Lopes a insatisfação dos funcionários da educação e o atendimento das propostas apresentadas. “Para o pessoal do último concurso (realizado em 2004) já assumiram a cadeira, mas não recebem como nível superior”.

Hoje o município trabalha com a média de 15 alunos por professor, número inferior a um país europeu como a França onde essa média chega a 16. De acordo com a categoria, o inchaço do número de docentes na rede pública de Iranduba se deve à quantidade de professores contratados irregularmente pela prefeitura.

Segundo posição do secretário de Cultura de Iranduba, José Donato, também professor, a prefeitura priorizou nesses primeiros 2 anos de mandato a recuperação das escolas e que investindo no curso superior para 200 professores. “A administração será voltada para o professor em si, questão salarial, num primeiro momento era impossível fazer isso. Nós temos mais de 60 escolas e 57 delas precisavam de reformas”.

O presidente do Sinteam de Irandura Wagner Cintra apresentou a planilha com os dados da educação no município e a reivindicação ideal para a categoria. “Independente do piso nacional a realidade tem que ser da localidade. O piso estadual tem que ser três pisos salariais referente a 300 que dá R$ 900. Nós queremos atualizar o nosso plano que inclui tempo de serviço, adicional noturno, auxílio localidade”.

Para o representante da administração municipal que estava presente, José Donato a situação é diferente. “O repasse do Fundeb aqui não cobre a folha de pagamento, é pequeno para o número de pessoas que tem aqui. Nós trabalhamos com um número, mas a realidade é outra. O sindicato faz as propostas para negociar, o prefeito vai negociar porque nem tudo que se pede é possível fazer. Não adianta dizer que vai pagar e não ter dinheiro. Tem que trabalhar com um valor que se possa pagar”, conclui ele.

O município de Iranduba conta com uma população de 42 mil habitantes, sendo 10 mil estudantes. Na avaliação do vereador Edinor Pacheco isso não condiz com a realidade. “Eles incharam a folha com os padrinhos, pessoas que não são da educação. Pagam bons salários para alguns professores que não vão às escolas. Se pegar e retirar da folha, com certeza vai ter para pagar. Verba não há problemas, porque tem do Fundeb que cada vez aumenta mais”, denuncia Pacheco.

A vereadora da oposição Madalena retruca: “A pretensão é política porque é mais fácil segurar os contratos do que fazer concurso”. Após a reunião, os professores seguiram em marcha pela Praça dos Três Poderes do Município e protocolaram novamente o documento de reivindicação, que já havia sido entregue em 2006 à prefeitura local.

A aplicação do recurso federal do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) destina-se a proporcionar a elevação e uma nova distribuição dos investimentos em educação, nos níveis infantil, fundamental, média e para jovens e adultos.

A campanha salarial dos professores é uma mobilização nacional da categoria que se reuniu em Brasília (DF) hoje (25/04), em frente à Catedral, às 13h. A manifestação encabeça o título “Pague o piso ou Pague o preço – O piso salarial nacional é base da educação, de iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

De Manaus,
Cinthia Guimarães