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Encontro do PCdoB paulistano apresenta novo projeto político

Por Rodrigo de Carvalho
O PCdoB da cidade de São Paulo realizou no sábado (28) um encontro com cerca de 300 militantes dos diversos distritais, comitês de categorias, fábricas e frentes de movimentos sociais, para debater o novo projeto político para 2

Entre os principais encaminhamentos do partido estão a construção de uma chapa competitiva para vereadores, a fim de retomarmos espaços no legislativo municipal e um maior protagonismo político com a apresentação de candidatura própria para prefeito. O nome mais cotado, embora ainda não definido, é o do deputado federal Aldo Rebelo.


 


O encontro da capital teve início com um ato político que contou com a presença de Renato Rabelo e Nivaldo Santana, presidentes nacional e estadual (interino) do PCdoB; do deputado federal Aldo Rebelo; de Gustavo Petta e Wander Geraldo, presidentes da UNE e da Conam; de Helifax Souza Pinto, coordenador geral da CSC-SP; do vereador do PSB Eliseu Gabriel e de Valdir Santana, membro da direção municipal do PT. O ato foi coordenado pela presidente municipal do PCdoB, Julia Roland.


 


O representante do PT, Valdir Santana, destacou a unidade política histórica entre os petistas e comunistas que levaram a vitória de Lula em 2002 e 2006. Santana afirmou que o PT busca superar suas dificuldades do último período, em que foi envolvido com denúncias de corrupção, e que o processo de congresso do partido norteará os rumos políticos e eleitorais do partido.


 


“Não definimos nossas prioridades de alianças para as eleições de 2008. Portanto, não devemos considerar o que algumas correntes ou militantes afobados buscam articular sem o consentimento do partido”, disse Santana, em alusão ao encontro entre os deputados federais Paulo Maluf (PP) e Cândido Vacarezza (PT).


 


O petista destacou ainda a legitimidade do PCdoB em lançar candidatura própria a prefeito e a necessidade dos partidos em estabelecer diálogo permanente para construírem alternativas para derrotar a direita em São Paulo.


 


Por mudanças


 


As intervenções de Petta, Wander e Helifax tiveram como centro político a preocupação com a unidade das forças progressistas e das ações dos movimentos populares para garantir que o governo Lula realize as mudanças com maior rapidez e aprofundamento, em favor dos trabalhadores e das camadas populares mais desfavorecidas da sociedade.


 


A principal atenção, neste momento, é barrar a ofensiva conservadora, que tenta no Congresso Nacional diminuir os direitos trabalhistas a partir da Emenda 3. O governo Lula se comprometeu com o veto da cláusula em que flexibiliza a fiscalização trabalhista.


 


Eliseu Gabriel disse que o centro principal da unidade progressista é um projeto nacional popular e democrático, com eixo na soberania nacional. Gabriel saudou a novidade política que é o Bloco de Esquerda articulado no Congresso Nacional, envolvendo os partidos PSB, PDT e PCdoB, além do PMN, PHS, PAN e PRB. “É preciso construirmos juntos, os partidos progressistas, planos municipais de educação, saúde e outras áreas vitais, como política pública duradoura.”


 


Em busca de diálogo


 


Aldo frisou a importância de as forças progressistas manterem-se unidas para o êxito do governo Lula, como o maior objetivo dos partidos democráticos e populares. Aldo fez referência à disputa na Câmara dos Deputados em que considerou legítima a aliança política do PT, com os partidos de centro e de direita, assim como a alternativa construída pelo Bloco de Esquerda e demais partidos.


 


“O Encontro Municipal do PCdoB é importante neste momento em que os partidos se movimentam para a disputa de 2008 e, principalmente, após o resultado das eleições de 2006, em que considero a maior vitória do nosso campo, mais que 2002”, declarou. “Demonstramos a nossa capacidade de vencer depois de termos realizado o primeiro mandato de Lula e derrotarmos a direita que tentou, de todas as maneiras, inclusive com teses golpistas, nos derrubar.”


 


Aldo fez questão de dizer que a posição do partido ainda não está definida e que a polarização na eleição de São Paulo não está dada, sendo importante para o PCdoB buscar dialogar com os partidos. Para Aldo, as principais tarefas dos comunistas, neste momento, são apoiar e sustentar o governo Lula e conduzir o debate sobre a sucessão de 2008 com muita maturidade e amplitude.


 


O encerramento do ato foi realizado com a fala do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, que apresentou diretrizes da nova linha de acumulação de forças do partido neste biênio 2007/2008. “Adiante teremos eleições importantes em 2008, para criarmos uma base nacional forte. O PCdoB, até 2002, tinha como tática a concentração de esforços nas eleições proporcionais. A partir de 2004, passamos a ampliar os esforços com candidaturas proporcionais e é isso que buscaremos para as eleições de 2008.”


 


Segundo Renato, “a novidade é a construção do Bloco de Esquerda, realizaremos no dia 09 de maio o lançamento de um programa comum, com ato político e tudo o mais. O bloco pode jogar um papel importante neste campo e pode ter papel significativo nas cidades e nos Estados”. O dirigente comunista ainda afirmou que é preciso ter ousadia para acelerarmos as transformações que o Brasil precisa para avançar na luta contra as desigualdades sociais e por um projeto soberano.


 


O debate


 


Após o ato político, diversos militantes falaram sobre as propostas de encaminhamento e a indicação de resolução para as ações da direção municipal do partido. No conjunto das intervenções, estava a necessidade de o PCdoB buscar ampliar sua influência de massas, fortalecer as entidades com atuação de sua militância e ampliar as ações de filiação partidária.


 


A disposição em voltar para a Câmara Municipal e ter maior protagonismo nas eleições de 2008 também foi correspondido pela militância. Houve grande unidade em buscar alternativas de alianças políticas amplas para derrotar o governo Gilberto Kassab em São Paulo.


 


Os comunistas farão movimentos junto aos diversos partidos que compõe a base do governo Lula para dialogar sobre as alianças para 2008. Entre os principais motivos de animação da militância é a possibilidade do PCdoB apresentar o nome de Aldo Rebelo como alternativa à sucessão municipal.


 


O encontro da militância também foi marcado pela apresentação de novos filiados ao partido, principalmente ligados aos movimentos populares, sindicatos e associações culturais e esportivas.


 


Confira a resolução do encontro


 


 


Como base nos debates realizados e nas resoluções que emanam da direção nacional e estadual do Partido, o Encontro dos Comunistas da capital indicam:


 


1. O reordenamento das forças políticas nacionais e as opções feitas pelo PCdoB impõe a busca da constituição de um campo político e social alargado, tendo por base e referência o Bloco de Esquerda formado pela Câmara dos Deputados;


 


2. O PCdoB decide ter maior protagonismo na disputa eleitoral, colocando como objetivo central a disputa majoritária; apresentando para o povo de São Paulo uma alternativa mais avançada para permitir um debate mais profundo dos rumos e das perspectivas para o desenvolvimento do município de São Paulo;


 


3. Com base numa aliança mais alargada, o partido busca viabilizar uma candidatura forte e competitiva em acordo com as demais forças políticas e sociais. O PCdoB conta com uma liderança inconteste e de dimensão nacional, o deputado federal Aldo Rebelo, que deve figurar com destaque entre as alternativas da frente;


 


4. Em função deste objetivo, o Partido decide fazer um movimento para constituir uma chapa própria ampla e fortalecida para dar base à candidatura majoritária e para garantir a retomada dos espaços do PCdoB na Câmara Municipal;


 


5. Para dar conseqüência a esta decisão, devemos dialogar amplamente com lideranças sociais e políticas para ingressarem no Partido e dar a ele maior densidade política e eleitoral.


 



Moção de solidariedade à luta contra a Emenda 3 e de repúdio às demissões de cinco sindicalistas metroviários


 


O Encontro Municipal do PCdoB de São Paulo manifesta sua solidariedade aos metroviários e condutores, que sob a direção de seus combativos sindicalistas, realizaram a vitoriosa paralisação no dia 23 de abril contra a derrubada do veto do presidente Lula à Emenda 3.


 


O PCdoB também repudia as demissões dos dirigentes sindicais metroviários Pedro Augustinelli Filho, Paulo Veneziani Pasin, Alex Fernandes, Ronaldo Campos e Ciro Moraes promovidas pelo governo Serra em retaliação a esta luta.


 


Os comunistas se somam a todos os esforços e lutas pela imediata reintegração dos sindicalistas e em defesa do irrestrito direito de organização e manifestações dos trabalhadores.