Soldado da Borracha está perto de receber aposentadoria de combatente

A proposta da deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) de equiparar a aposentadoria dos seringueiros recrutados pelo governo em 1943 a dos ex-combatentes na 2ª Guerra Mundial foi aprovada, por unanimidade, nesta quarta-feira (2), na Comissão de Constitui

Enquanto os seringueiros, chamados de soldados da borracha, recebem apenas dois salários mínimos (precisam ser carentes), a Constituição garante aos pracinhas, como são conhecidos os ex-combatentes, uma aposentadoria equivalente ao soldo de segundo-tenente das Forças Armadas.



''Após relevantes serviços prestados ao País, na defesa da pátria e da segurança nacional, os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia, no período que durou a 2º Guerra Mundial, estão vivendo de forma quase miserável, sem terem reconhecidos de forma realmente merecedora os seus atos de heroísmo'', justitifca a deputada na apresentação da proposta.



Para ela, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ''é uma forma de fazer justiça a esses homens que se embrenharam na selva amazônica num momento tão adverso e contribuíram efetivamente para a vitória das tropas aliadas, mesmo sem estar no fronte de batalha''.



Serviço de guerra



Ao serem recrutados em 1942 e 1943 pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), o soldado da borracha recebia tratamento equiparado ao do pracinha. Segundo um documento do serviço concedido ao Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e divulgado em 2002 pelo Jornal do Brasil, o recrutamento dos seringueiros era uma das formas pela quais o Brasil empregava toda a sua energia para vencer a guerra junto com seus aliados. ''O que fazemos é, portanto, um serviço de guerra junto com seus aliados'', descreve o documento.



A deputada Vanessa explicou que os seringueiros tinham uma função estratégica que era abastecer com borracha a indústria bélica norte-americana. Em seis meses foram enviados à região 60 mil soldados da borracha e mais de 30 mil morreram vítimas de assassinatos, doenças tropicais e maus tratos. Cerca de seis mil conseguiram voltar ao Nordeste e os que sobreviveram na região possuem idade acima de 70 anos.



De Brasília
Iram Alfaia