Processo: D2 deixou Elizeth Cardoso com voz de Pato Donald?

A família da cantora Elizeth Cardoso, falecida em maio de 1990, entrou com uma queixa-crime contra o cantor Marcelo D2, ex-líder do Planet Hemp. Segundo uma nota publicada nesta terça (8) na coluna “Gente Boa”, de Joaquim Ferreira dos Santos, no jornal

Na música, Elizeth aparece cantando o refrão de Cidade Vazia, de Baden Powell e Lula Freire: “Há um momento na vida / em que é preciso lutar”. Este último verso dá nome a um trabalho lançado por Marcelo ano passado. O motivo do protesto da família de Elizeth é o sample – recorte de uma música “encaixado” em uma outra composição, uma das principais características do rap.


 


“No sample feito pelo D2, a voz da minha avó foi distorcida para caber na batida do hip hop e ficou parecendo com a do Pato Donald. É uma falta de respeito”, disse o neto da cantora, Paulo Cesar Valdez Jr., ao colunista.


 


Segundo Valdez, a Justiça julgará. “Não pode é a minha avó, uma das maiores cantoras da MPB, ser colocada num disco dessa maneira. No contrato cedemos o fonograma com toda boa vontade, para fazer parte da música e não para ser distorcido. A voz da minha avó, que é grave, solene, ficou esganiçada como a do Pato Donald.”


 


Em 1958, Elizeth Cardoso gravou o antológico disco Canção do Amor Demais, com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, considerado marco inaugural da bossa nova.