Na missa com papa jovens oram e criticam Igreja

Os jovens também rezaram uma Ave Maria virados para a entrada do estádio como forma de abençoar as pessoas que não conseguiram entrar no Pacaembu, já que o acesso foi permitido apenas a jovens escolhidos e credenciados pelas dioceses.

Do lado de fora, a Praça Charles Miller foi preparada para receber 270 mil pessoas, segundo os organizadores, com telões e caixas de som. A avenida Pacaembu está cercada por um forte esquema de segurança. Alguns daqueles que conseguiram entrar revelaram sua expectativa.

“Acredito que o papa vai incentivar os jovens a procurar o caminho de Deus, viver em paz. Que vá fazer os jovens se unirem, lutar pelos seus direitos e procurar ter uma juventude melhor”, disse Regina Lima, de 19 anos, da diocese Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo.

No entanto, ela fez ressalvas a posturas defendidas pela Igreja Católica. “A Igreja está ultrapassada. Vê esse lado de ter que manter a castidade, não usar camisinha, casar virgem, mas a gente vive num mundo que não é mais assim, a cabeça do jovem não é mais assim. Acho que o certo é o jovem se prevenir, tentar se cuidar”.

Carmem Bello, um ano mais nova e também integrante de uma diocese paulista (Consolação), declarou esperar que o papa aborde temas mais próximos da juventude, como sexualidade, aborto e drogas. “Acho que é muito importante ele tocar nesses assuntos com a gente”.

Está previsto que Bento XVI faça um pronunciamento contendo assuntos como Amazônia, violência e drogas, e diga que a missão dos jovens é não se deixar levar por esses problemas. Também haverá apresentações musicais e de danças típicas brasileiras, abordando temas como Igreja, educação, trabalho, exclusão sopcial e trabalho de organizações não-governamentais (ONGs).

O palco é composto por uma pomba branca com 90 metros de envergadura e 70 de comprimento, representando o Espírito Santo. A iluminação terá tons de amarelo (cor do Vaticano), branco (paz) e vermelho (Espírito Santo).