De volta à TV, Jandira debate aborto com ministro da Saúde

Temporão falou de temas como saúde pública e o aborto – um dos temas mais polêmicos do momento. Além disso, o ministro destacou as mudanças que deseja imprimir no SUS e na saúde pública do Rio de Janeiro, prometendo decifrar a esfinge em que se transformou o setor no estado.

 

Aborto, 4ª causa de morte materna

 

Assunto sempre envolto em questões religiosas, morais e filosóficas, o aborto é hoje a quarta causa de mortalidade materna no Brasil. Daí a importância de sua discussão – pois se trata da defesa da vida de milhares de mulheres. No programa, Jandira se solidarizou com a posição do ministro de que o aborto é uma questão de saúde pública e lembrou a ele o compromisso assumido, durante a posse, de fortalecer a Política Nacional dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, na qual se inclui a atenção ao abortamento inseguro.

 

Algumas mulheres que se submetem a esses abortos em clínicas clandestinas já chegam para o atendimento no SUS sem útero, com perfuração de peritônio, de intestino e com infecção generalizada. Enfim, morrendo pelas mãos da indústria clandestina do aborto.

 

Por meio de estatísticas, Temporão comprovou que o aborto é mesmo uma questão que interessa a homens e mulheres. Só no ano passado o SUS realizou 220 mil curetagens pós-aborto em sua rede e contabilizou a morte de 150 mulheres. Aliás, no dia em que o programa foi gravado, 13 de abril, o ministro informou que uma mulher tinha morrido, naquela semana, em conseqüência de um aborto clandestino, em Belém, capital do Pará.

 

Opção ou necessidade?

 

Não se trata de ser contrário ou favorável ao aborto – mas de saber se ele deve ser regulamentado, já que a indústria clandestina do aborto está bem viva e continua matando. Segundo Jandira, “toda a nossa luta é para que não exista o aborto. Mas, infelizmente, ele vem sendo feito por milhares de mulheres brasileiras – e não podemos fechar os olhos às estatísticas que mostram que elas estão morrendo”.

 

Por isso, Temporão afirmou que sua responsabilidade como ministro era tratar o aborto como uma questão de saúde pública. “Como nós vamos regulamentar é outra questão – se vamos discutir e aprovar por lei ordinária ou por meio de uma consulta pública, um plebiscito.”

 

Direito à informação qualificada

 

Olho no Olho estreou em 21 de janeiro, com a ministra Dilma Rousseff. O programa ficou fora do ar por três domingos seguidos, enquanto se discutia um contrato com uma emissora que desse a garantia de continuidade do Olho no Olho, cujo ingrediente principal é a diferença de opiniões.

 

A atração volta no momento em que a televisão pública no Brasil foi objeto do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas, em Brasília. O tema, fundamental nas discussões sobre a democratização da informação no país, ganhou relevância depois da decisão do governo federal de criar uma televisão de caráter público, de alcance nacional e com programação diversificada. Neles, especialistas vão tentar compreender os desafios da televisão pública brasileira num contexto de revolução digital e aprofundamento da democracia.

 

As edições de Olho no Olho estão disponíveis no site do programa, onde também há fóruns de discussão e enquetes sobre temas que interessam à sociedade. Veja abaixo o cronograma dos programas apresentados:

 

Ministra Dilma Rousseff – 21/01/2007

 

Segurança Pública -José Mariano Beltrame e Luiz Fernando Correia -28/01/2007

 

Economia -Marcio Pochmann e Sonia Fleury -04/02/2007

 

Previdência -Guilherme Delgado e Marcelo Néri – 11/02/2007

 

Carnaval – Nei Lopes e Nilo Figueiredo -18/02/2007

 

Cultura – Fernanda Montenegro – 04/03/2007

 

Educação – Bertha do Valle e MV Bill -11/03/2007

 

Mortalidade Materna -Dr Adson França e Dra Vera Fonseca -18/03/2007

 

Violência e Maioridade Penal -Cleyde Prado e Jailson de Souza Silva -01/04/2007

 

Crise na aviação civil -Luiz Martins e Hernandes Pereira da Silva -15/04/2007