Policiais entram em greve contra Aécio em Minas Gerais
Nesta quinta-feira (11), Dia do Policial Civil, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Palácio da Liberdade e a Chefia de Polícia de Minas Gerais foram alvos de manifestação das seis entidades que compõem o Gabinete Integrado das Forças de Seg
Publicado 11/05/2007 18:07
A categoria se encontra em greve desde o dia 2 de maio e, segundo o vice-presidente do Sindicato da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Denílson Martins, os policiais em Minas “não têm o que comemorar”. O sindicalista explica que a motivação da greve é o aumento salarial prometido pelo governador Aécio Neves durante a campanha eleitoral.
No ano passado policiais fizeram manifestações exigindo adicional de periculosidade, com base nos dados que o Giforseg fornece, de que 125 policiais foram mortos durante a administração do atual governo estadual. O governador respondeu que não tinha condições de atender à reivindicação naquele momento, mas que se fosse reeleito a polícia em Minas teria um dos melhores salários do país. Segundo Denílson, o governador teria prometido um salário inicial de R$ 2.807,00. Hoje, este salário está em R$ 1.333,00.
Os sindicalistas reclamam ainda da falta de diálogo com o governo, denunciando um atrelamento dos deputados estaduais com a atual administração, o que para eles dificulta ainda mais o acesso dos movimentos sociais. Na manifestação desta quinta, em frente à ALMG, o Sindpol acusou também o governo Aécio de manter forte cerco sobre os meios de comunicação em Minas, resultando na ausência de noticiários sobre mobilizações reivindicatórias em relação ao governo estadual.
Doação de sangue
Outra iniciativa do movimento foi promover uma grande campanha pela doação de sangue, atendendo ao chamado do Hemominas. Segundo Denílson, a resposta foi positiva. Mais de 800 pessoas mobilizadas pelo Giforseg doaram sangue em Belo Horizonte na quinta e o total de doações no estado já chegou próximo aos 2 mil litros de sangue. No carro de som, o sindicalista comparava: “enquanto Aécio Neves suga nosso sangue, os policiais de Minas dão o sangue pelo estado, contribuindo com a saúde, abandonada pelo governador”.
A chefia de polícia de Minas Gerais lacrou sua rede de comunicação, visto que os policiais estavam usando os rádios para trocar informações sobre a greve. A avaliação do Sindpol é que esta atitude tende a fortalecer a greve, que já atinge 30% da categoria. O movimento dos policiais realizou a ocupação da Praça Sete no dia 27 de abril com 2.700 pessoas nas ruas e já marcou nova manifestação: haverá um panelaço das esposas dos policiais na Praça da Liberdade às 15h da próxima quarta-feira. Denílson desafia parlamentares a se integrarem à mobilização e assumirem a bandeira em conjunto com o movimento.
Por Luana Bonone,
De Belo Horionte