Sarkozy cria Ministério da Imigração e causa protestos

Oito pesquisadores universitários pediram demissão nesta sexta-feira (18) do órgão francês que estuda a história da imigração no país. A atitude foi uma resposta dos trabalhadores à criação, por parte do presidente da República recém-eleito, de um Ministé

O texto, assinado, pelo historiador Patrick Weil, um dos demissionários da CNHI, afirma que a decisão de Sarkozy em dar ao ministério essa denominação, está fundada na ''na tradição de um nacionalismo que desconfia e é hostil para com os estrangeiros nos momentos de crise''.



A CNHI foi criada em 2003, como uma das iniciativas do governo do socialista Lionel Jospin e fez parte do programa de Chirac em 2002, tendo sido formada uma comissão interministerial para debater seus projetos.


É um organismo que se dedica ao estudo da história e das culturas da imigração na França e nasceu da constatação da necessidade de mudar a atitude dos franceses em relação aos imigrantes que vivem no país, alvos de representações sociais muitas vezes negativas e vítimas freqüentes de atitudes discriminatórias.


Coube ao departamento a tarefa de conceber um museu nacional e conservá-lo, bem como um banco de dados, além de desenvolver uma rede nacional com parceiros públicos e privados e a organização de debates e apoio a jovens pesquisadores.



Para chefiar o inédito Ministério da Imigração, Integração, Identidade Nacional e Co-desenvolvimento, Sarkozy chamou um dos seus mais fiéis colaboradores, Brice Hortefeux, que já participara no último governo, de Dominique Villepin.



A composição do governo é encarada por alguns observadores como ''ultra-liberal''. É o caso do diretor da revista Politis citado pelo diário Libération, que se mostra preocupado com a separação da pasta do Emprego (entregue ao ministro da Economia e Finanças, François Borloo) da do Trabalho (que vai partilhar o ministro Xavier Bertrand com as Relações Sociais e a Solidariedade).



Para Denis Sieffert, este é um sinal do ultra-liberalismo do governo, para quem o ''trabalho será um resultado do crescimento e o tratamento social do desemprego estará separado da política de emprego'', destacando que isso é a primeira vez que acontece na França.



O número dois do governo de François Fillon é o ex-primeiro ministro Alain Juppé, a quem foi entregue a pasta do Desenvolvimento Sustentável. Não sendo propriamente conhecido pelas posições ecologistas, a expectativa não é por isso menor quanto ao desempenho nestas funções, graças ao seu peso político no governo.


 


A grande surpresa do governo Fillon foi a chamada do veterano socialista Bernard Kouchner para a parta dos Negócios Estrangeiros. Para François Hollande, isso não se trata de ''abertura à esquerda'' do governo, mas sim de uma ''aventura individual'' de Kouchner. O PS prometeu expulsá-lo assim que os mecanismos disciplinares do partido agirem, afirmou Hollande.


 


Com agências internacionais