Empolgação cria bolsa de apostas do mercado financeiro

A empolgação recente do mercado financeiro gerou uma bolsa de apostas em relação ao próprio comportamento do mercado. As previsões são otimistas. Estão amparadas no bom momento da economia brasileira e do cenário externo. Mas as opiniões estão divididas e

Em relação ao dólar, as apostas são de que até o final do ano a cotação deva ficar entre R$ 1,90 e R$ 1,95. Mas se, no meio do caminho, romper esse piso poderá buscar suporte em R$ 1,80. Vários fatores podem influenciar o movimento, inclusive a atuação do Banco Central, que não está clara. Parece apenas que, por enquanto, o dólar estabeleceu mesmo um novo patamar, abaixo dos R$ 2.


 


Já em relação à bolsa permanece a possibilidade de algum ajuste mais forte. Quem aplicou lá atrás e vem acumulando bons resultados já está com o dedo no gatilho à espera do melhor momento para realizar lucros e isso vale também para os hedge funds. Só que ninguém quer perder o melhor da festa, que pode ainda não ter passado. Porém, um dado mais negativo, na contramão das expectativas, pode detonar o movimento. Mas isso a curto prazo. A médio e longo prazos, a mesma conjuntura que favorece a continuidade da queda do dólar deve dar impulso a novos avanços da bolsa.


 


As projeções para o fechamento deste ano estão na faixa dos 60 mil pontos para o Ibovespa. Para 2008, chegam aos 75 mil. Portanto, a perspectiva ainda é de uma boa valorização. Perspectiva que merece mais atenção se levarmos em conta a provável manutenção da queda dos juros, que encolhe a rentabilidade das aplicações em renda fixa e estimula o investimento em ações.


 


Os juros são, justamente, o outro foco das apostas. Cresce a previsão de que na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) já haja um corte maior da Selic, de 0,5 ponto. Dose que pode se repetir na reunião seguinte. A questão é que para o mercado só um corte mais acentuado poderia ter algum impacto sobre o fluxo de ingresso de investimentos e o comportamento do dólar. Como as reuniões do Copom estão ocorrendo com espaço maior, em torno de 45 dias, o corte que tem sido sugerido, de um ou dois pontos, levaria de três a seis meses pra se concretizar.


 


Por isso há uma certa especulação em torno do ritmo de redução da taxa básica. Mas não deve passar de especulação. Difícil imagina que o Banco Central, sempre cauteloso, com a “parcimônia” com a qual vem agindo, de repente passe a ter uma postura mais ousada. Inclusive se considerando riscos futuros de alguma pressão sobre a inflação decorrente da expansão do consumo ou de uma mudança de rota no câmbio, com eventual recuperação do dólar.


 


Em meio às apostas, especulações e avaliações mais técnicas, o mais provável é que o dólar tenha quedas adicionais, a bolsa confirme as boas perspectivas, principalmente no longo prazo e os juros continuem em queda, com aumento da dosagem de corte. Isso, pelo menos, na próxima reunião do Copom. Depois é ver a evolução do cenário e o comportamento do mercado. Certeza mesmo, nem com bola de cristal.


 


Fonte: Invertia