Exército libanês arrasa campo palestino ao atacar grupo islâmico
Os combates entre o exército libanês e o pequeno grupo islâmico do Fatá-al-Islã, no campo palestino de Nahr al-Bared, norte do Líbano, prosseguiram furiosamente nesta segunda-feira (21), pelo segundo dia. Nove refugiados palestinos foram mortos, após um p
Publicado 21/05/2007 15:49
Nuvens de fumaça subiam do campo, onde desde o fim do ano passado se instalaram os milicianos do Fatá-al-Islã, grupúsculo acusado de ligações com a Al Qaeda. Os combates estouraram no domingo (20), em Nahr al-Bared e na cidade vizinha de Trípoli.
O conflito provocou novos temores em torno da estabilidade do Líbano, mergulhado em profunda crise política. É o mais grave balanço de mortes desde a guerra civil que ensanguentou o país entre 1975 e 1990.
“Há civis mortos e muitos feridos”
Médicos e dirigentes palestinos fizeram soar o sinal de alarme diante da situação dos civis do campo, onde na segunda-feira nove refugiados foram mortos e 70 feridos, conforme o Centro Médico palestino de Nahr al-Bared.
“Há civis mortos e muitos feridos nas ruas do campo. Já não há mais água, nem eletricidade”, disse à AFP o doutor Youssef al-Assaad, diretor local do Crescente Vermelho palestino, cujas equipes tentaram em vão entrar em Nahr al-Bared. Agregou que “um obus tombou sobre uma das mesquitas do campo, onde numerosos civis acreditavam estar a salvo”.
Nahr al-Bared é um labirinto de ruas miseráveis e casas de blocos construídas em total anarquia, 10 km ao norte de Trípoli, limitado a oeste pelo mar e a leste pela estrada que leva à fronteira com a Síria. Abriga 22 mil refugiados.
Espessas colunas de fumaça negra subiam na segunda-feira das zonas do campo controladas pelo Fatá-al-Islã e alvejadas pela artilharia do exército. Os combates de rua se concentravam na entrada sul, onde casas eram estilhaçadas por obus e reduzidas a cinzas por incêndios.
No domingo, o primeiro ministro libanês, Fouad Siniora, deu sinal verde para o exército tomar as medidas necessárias contra os extremistas. Mas o ministro da Informação, Ghazi Aridi, disse que a invasão do campo não está na ordem do dia.
Quem é o Fatá-al-Islã
Os 12 campos de refugiados palestinos no país, onde dominam formações político-militares, há 40 anos escapam à autoridade do exército libanês, que se limita a estabelecer postos de controle nas entradas.
O campo de refugiados de Nahr al-Bared abriga os ativistas do Fatá-al-Islã desde o fim de 2006. Os milicianos, que seriam entre 50 e 200, parecem ter se aproveitado da confusão, criada pela invasão do Líbano por Israel meses antes, para penetrar em território libenês.
O Fatá-al-Islã aparentemente é um grupo formado sobretudo por antigos membros do Fatá Intifada, uma organização palestina nascida na Síria. Ele prega explicitamente uma “guerra santa”. “Não temos ligação logística com a Al Qaeda, mas concordamos com ela sobre combater os infiéis. É a ambição de qualquer muçulmano”, disse um chefe do grupo.
Fonte: http://www.aloufok.net