China e EUA debatem comércio, com foco em moeda

A China enviou aos Estados Unidos esta semana uma delegação de alto nível, liderada por Wu Yi, vice-premiê, para uma rodada de conversações sobre comércio entre os dois países, centrada no valor da moeda chinesa, que teve início nesta terça-feira em Washi

Os EUA, cujo deficit comercial atingiu o recorde de US$ 233 bilhões em 2006 — o grosso desse valor devido à China — acusa Pequim de manter o valor de sua moeda subvalorizado de forma artificial.



Segundo eles, isso deu aos exportadores uma vantagem injusta e fez desaperecer o equivalente a 3 milhões de postos de trabalho nos EUA.



Além disso, os EUA acusaram a China de fazer vistas grossas à pirataria de produtos americanos, abrindo uma ação na Organização Mundial do Comércio em relação ao problema.



As disputas aumentaram a tensão entre os dois países e ameaçaram os dois gigantes econômicos de iniciarem uma guerra comercial.



Os 3 dias de diálogo que começaram em Washington nesta terça-feira  marcam a segunda sessão do Diálogo Estratégico e Econômico, iniciado em Pequim em dezembro do ano passado.



A delegação americana inclui o Secretário de Estado do Tesouro, Henry Paulson, assim como Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano



Wu trouxe com ela 16 autoridades de nível ministerial, algo visto com oum sinal que Pequim trata com muita importância o diálogo com os americanos.



Congresso pede Sanções



A chegada de Wu acontece em meio a uma tentativa dos congressistas, tanto do partido democrata quanto do republicano, de impôr sanções em bens chineses se Pequim se recusar a negociar questões chaves.


 


Em carta assinada por senadores dos EUA enviada para Wu na última sexta-feira, pede-se que a China assuma “compromissos significativos”, principalmente em relação à valorização do Yuan.



“O fracasso em resolver adequadamente essas questões de curto prazo não só irão manter nossos objetivos de longo prazo fora de alcance, como também ameaçarão a relação entre as nossas nações”, intimidaram os senadores americanos.



Eles também alegaram as “frouxas leis chinesas de propriedade intelectual”, restrições a produtos agrícolas americanos e outras barreiras comerciais contra seus produtos como “quebra das promessas” da China.



Entretanto, Wu, conhecida por sua firmeza em negociações anteriores, não pretende ceder às pressões americanas.



“Tentativas de politizar aspectos exclusivamente comerciais não serão considerados,” disse ela, antes de embarcar para o diálogo, acusando alguns grupos americanos de exagerar o déficit comercial, enquanto defendem o protecionismo para o comércio.



Líderes chinese disseram que planejam eventualmente deixar o valor do yuan flutuar livremente no mercado mundial, mas eles afirmam que fazendo isso de imediato, causariam distúrbios e danos consideráveis à economia chinesa.



Na última segunda-feira, Pequim mexeu um pouco nos valores do câmbio de sua moeda, em uma tentativa de aplacar as preocupações manifestadas pelas autoridades americanas antes do início do debate.