Crivela acusa Globo de parceria com a Polícia Federal

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) criticou a exclusividade obtida pela Rede Globo no recebimento de informações privilegiadas vindas da Polícia Federal. Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, ele classificou a relação como “sociedade” e falou sobre

O Jornal da Band, da Rede Bandeirantes, repercutiu a reclamação do senador na última quarta-feira (23). Além da recente operação, a reportagem enfatizou também outras situações nas quais a Globo teria sido beneficiada com tal exclusividade, até então supostamente mantida sob cuidado sigiloso. Entre os episódios lembrados está o caso da prisão do ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio. Na ocasião, o repórter César Tralli teve acesso às diligências por meio de um colete fornecido pela Polícia Federal. À época, o fato rendeu críticas por parte de outros veículos de comunicação.



Apesar do barulho causado em outras situações, o ministro da Justiça, Tarso Genro afirmou desconhecer o dito favorecimento à emissora global. E lembrou que para o caso ser investigado, é necessária alguma representação formal, realizada por meio de documentos escritos.



Outro lado



Diante das críticas do senador, tanto a Rede Globo quanto a Polícia Federal vieram a público para negar que exista algum tipo de favorecimento.



A Polícia Federal nega ser responsável pelo vídeo exibido pela Globo no Fantástico. Em nota, a PF lembra que, além da polícia, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e advogados de defesa dos acusados da operação têm acesso às filmagens exibidas no noticiário.



A Globo, por sua vez, optou por limitar a discussão ao jornalismo. “A meta de todo jornalista é conseguir uma boa notícia antes da concorrência. No jargão da imprensa, isso se chama 'furo', conquistado pelo mérito dos nossos profissionais. Para atenuar essa conquista, quem ficou para trás muitas vezes alega que houve favorecimento. A novidade agora é que a concorrência passou a ter, assumidamente, um porta-voz político-religioso. Apenas isso preocupa: o uso do parlamento e da religião para patrulhar a livre concorrência e, pior, a liberdade de imprensa”, respondeu a emissora, destacando as relações de Crivela com a Igreja Universal, dona da Rede Record.



Após ouvir as respostas, o senador acusou a Globo de querer “mudar o foco da discussão” e descartou o fato de ser ligado à TV Record. “A verdade é que foram prejudicados o SBT, a Band, a TVJB e todos os demais veículos com exceção da Globo, que recebeu a matéria no sábado. Isso é que me preocupa e, se amanhã isso ocorrer favorecendo a Record e quem quer que, seja subirei à tribuna”, disse.



Da redação, com informações do Comunique-se