Conselho de Ética adia por uma semana exame do caso Renan

O Conselho de Ética do Senado concluiu sua sessão desta quarta-feira (30) sem examinar as denúncias feitas pela revista Veja contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador Sibá Machado (PT-AC), presidente eleito do Conselho, ma

Sibá disse que precisa antes analisar todos os documentos.  “Todo e qualquer procedimento de minha parte será primado pela observância à Constituição Federal e ao regimento interno. Neste momento, quero solicitar reunião para semana que vem, que é o tempo que preciso para analisar os documentos já enviados a esta Casa”, afirmou.



Pelo menos nove votos em 16



O senador Adelmir Santana (DEM-DF) se disse surpreendido pelos pares com sua indicação para o cargo de vice-presidente. Afirmou que não fugirá das suas responsabilidades. O senador Jefferson Péres (PDT-AM), apontado por Renan como o único senador que está contra ele,  pediu apenas celeridade no exame dos processos pendentes.



Esta foi a primeira sessão do Conselho de Ética na atual legislatura. Conforme observadores, Renan possui a maioria dos 16 votos de seus componentes: pelo menos nove são aliados do presidente da Casa. Sua situação fica mais confortável face às manifestações de solidariedade ao seu pronunciamento de segunda-feira, quando senadores da base do governo e da minoria fizeram fila para cumprimentá-lo. O adiamento é visto como favorável ao presidente do Senado, que espera “esfriar” o noticiário na mídia.



Sisuação “estável”, denúncias “precárias”



“Há uma forçação de barra para que o Congresso Nacional tome alguma medida contra o Renan. Mas o que ele disse ate agora é o bastante”, disse o senador oposicionista Heráclito Fortes (DEM-PI). “Não há novidade. O processo contra o Renan não se sustenta se não tiver prova concreta contra ele”, opinou o líder do PSB, Renato Casagrande (PSB-ES). Os dois são integrantes do Conselho de Ética.
Para outros senadores, a situação de Renan é considerada, por enquanto, “estável”, e as denúncias contra ele, “precárias”. Avaliam que, caso não sobrevenham fatos novos nesta semana, o presidente do Senado poderá dar como superada a turbulência criada pela denúncia da Veja, e por menções ao seu nome em gravações feitas pela Operação Navalha da Polícia Federal. A bancada do PMDB se reúne na noite desta quarta para manifestar apoio ao colega de partido.



Advogado entrega documentos a Tuma



O advogado de Renan Calheiros, Eduardo Ferrão, entregou nesta tarde ao corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), documentos que, segundo o advogado, comprovariam que todos os pagamentos feitos por Renan à jornalista Mônica Veloso tiveram origem lícita. Segundo Eduardo Ferrão, as cópias de extratos bancários e das declarações do Imposto de Renda de Renan desde 2004 fazem parte de processo que corre na Vara de Família, em segredo de justiça, mas foram entregues à Corregedoria para comprovar as afirmações feitas por Renan em seu discurso.



No pronunciamento, para um plenário lotado, apesar de se tratar de uma sessão de segunda-feira, sem votações em pauta, Renan defendeu-se das acusações feitas na Veja. Conforme a revista, Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior, teria entregue a Mônica dinheiro para pagar o aluguel de um apartamento e as despesas com a filha de três anos que esta teve com o senador. A revista dá a entender que se trata de suborno da empreiteira. Renan sustentou que Gontijo serviu de intermediário para um pagamento que ele próprio fez.



“Absolutamente tranqüilo”



Renan Calheiros chegou nesta quarta-feira ao Senado dizendo-se absolutamente tranqüilo quanto às acusações. Cercado por jornalistas, ele transferiu ao seu advogado a incumbência de responder à imprensa.



“Me sinto absolutamente tranqüilo. A verdade está a meu lado para ser provada, reiterada absolutamente”, disse Renan. “Expliquei o que precisava ser explicado, reiterei tudo. O que precisar de prova a ser mostrada, nós vamos mostrar. Não precisa mais, mas qualquer redundância ajuda nesses casos. O importante é demonstrar a verdade”, disse ainda. Em seguida, presidiu a sessão plenária do Senado em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente.



Da redação, com agências