Repórteres Sem Fronteira é acusada de colaborar com os EUA

As informações foram obtidas pela advogada Eva Golinger, autora de dois livros sobre o uso de dinheiro público dos EUA para financiar campanhas antichavistas. A RSF desmentiu as informações da norte-americana.

Eva teria descoberto que a organização e o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) teria recebido dinheiro da National Endowment for Democracy (NED), órgão criado pelo governo Reagan, e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

A RSF admite ter recebido US$ 40 mil por ano, mas revela que a quantia foi usada apenas para ajudar jornalistas presos na África. Eva garante que essa não é a única quantia que a entidade, com orçamento anual de US$ 5 milhões, recebe. A advogada não apresentou documentos. “Eles vêm recebendo há anos dinheiro do NED e da Usaid”, afirmou Eva publicamente. Ela também denunciou o Instituto de Prensa y Sociedad (Ipys), com sedes no Peru e na Venezuela, de receber dinheiro do NED e da USAID. Eva também não foi encontrada para comentar suas acusações.

O instituto chegou a ser citado como membro da RSF e confirma oficialmente as doações da Ford e da Usaid. As doações da NED estão no site da organização. De acordo com a RSF, o Ipys é uma “entidade amiga” que colabora com outra em locais como o Peru, onde a RSF não possui correspondentes, porém não há um vínculo oficial entre as duas entidades.

De acordo com Benoît Hervieu, representante da RSF nas Américas, a entidade não recusa doações, porém possui uma regra clara de não usar o dinheiro no mesmo continente que a doação foi feita. “Como organização Não Governamental, a RSF pode receber de qualquer pessoa ou empresa, então temos o direito de receber esse dinheiro. Já recebemos doações da União Européia e de outros governos como a França”, explicou.

Hervieu confirmou as doações da NED, mas não soube garantir se que a RSF recebeu dinheiro da Usaid. Os US$ 40 mil representam 2% do orçamento da entidade.

Fonte: Comunique-se