4 mil metalúrgicos decidem continuar a greve na CSN

Uma assembléia com a presença de cerca de 4 mil dos 7 mil metalúrgicos da usina da CSN em Volta Redonda (sul do estado do Rio de Janeiro) votou nesta segunda-feira (4) pela continuação da greve iniciada à zero hora de sábado. O bispo emérito de Volta Redo

A assembléia foi na Praça Juarez Antunes, no centro de Volta Redonda, cidade de 260 mil habitantes, fortemente influenciada pelo que acontece na maior usina siderúrgica da América Latina. O Sindicato dos Metalúrgicos atribuiu a forte presença aos piquetes criados nos buracos abertos no muro da usina pela empresa, para estimular os fura-greve. Os piquetes foram reforçados com ajuda de trabalhadores sem-terra dos acampamentos do MST nas proximidades – Piraí, Valença e Quatis.



O presidente do sindicato, Renato Soares, disse que acredita numa queda acentuada da produção da CSN, com o fechamento dos buracos na cerca. Ele admitiu a possibilidade de entrar na usina com ativistas e fazer um arrastão retirando os trabalhadores que estão no interior da siderúrgica. Renato denunciou que alguns deles permaneceram ali, “em cárcere privado”, desde a noite de sexta-feira, quando a greve foi aprovada, até a zero hora de domingo.



PMs de Operações Especiais espancam grevista



Na manhã de hoje o caráter até agora pacífico da greve foi perturbado por três policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), do Rio. Eles espancaram o sindicalista Carlos Alberto Antônio, o Carlinhos, de 50 anos, nas proximidades do Colégio Estadual Barão de Mauá, no bairro Jardim Paraíba. A agressão ocorreu a 500 metros de um piquete num dos acessos da usina.



Carlinhos, vestindo uma camiseta do Sindicato, disse que os agressores apontaram um revólver para sua cabeça e que foi espancado sem saber por quê. Quase inconsciente, o ativista foi levado preso para o pronto-socorro no Cais do Aterrado, onde permaneceu mais de três horas tomando soro, depois de ser medicado.



A agressão repercutiu e fez com que os  policiais do Bope relaxassem a prisão e suspendessem a custódia do ativista no pronto-socorro, por volta das 12h30m. Os três deixaram o local em uma van, protegidos por 12 outros integrantes do Bope. Mais tarde o comandante do 28º BPM, coronel Lima Castro, procurou apresentar o episódio como “uma briga”.



Renato Soares, reuniu-se  com a advogada do Sindicato dos Metalúrgicos, Maria Célia, para visando fazer a ocorrência do caso e levá-lo à Justiça. “Os policiais do Bope vieram para Volta Redonda para fazer uma milícia e espancar trabalhadores”, denunciou o líder da greve, ele próprio um trabalhador na CSN.



O caso indignou os grevistas particularmente  porque o sindicalista agredido sofre do coração. “Quem conhece o Carlinhos sabe que ele não é de briga e é cardíaco, não iria agredir ninguém”, descartou Renato.



Com informações do Jornal do Vale