Para dono da CBS, onda “YouTube” não ameaça reinado da TV

Enquanto radiodifusores confrontam audiências – e cada vez mais anunciantes começam a traçar novos planos -, o que acontece à televisão na era da internet? Com seriados como CSI e Survivor, o presidente da emissora de TV americana CBS, L

Atualmente, a transmissão tradicional contabiliza o volume de seus espectadores e renda. Este modelo deve mudar?
Penso que, daqui a muitos anos, as pessoas ainda assistirão à televisão, embora provavelmente o formato deverá ter 150 polegadas de largura. O que mudará é a maneira de ver CSI não somente na TV – mas também pela Web, ou vêi-lo em outro país da mesma forma como é transmitido nos Estados Unidos.


 


Os principais anunciantes – incluindo Johnson & Johnson e Procter & Gamble -, estão migrando a verba destinada à televisão para a internet. Qual sua preocupação sobre essa tendência?
Não estamos preocupados. Há muitas pessoas dispostas a pagar US$ 2,6 milhões por 30 segundos no Super Bowl (maior evento esportivo dos Estados Unidos) e centenas de milhares de dólares no programa American Idol. Haverá também publicidade na internet. E nós estaremos lá também. Ganharemos de uma maneira ou de outra.


 


O vídeo feito por usuários é uma ameaça à televisão tradicional?
Somente quando começarem a pegar o conteúdo sem permissão. O conteúdo amador genuíno – eu não acredito que isso possa realmente oferecer alguma ameaça. Muitos deles são ruins. Mas há também ótimo material amador que não aparece. Estes não precisam roubar o conteúdo profissional.


 


A televisão sofrerá mudanças na forma de resposta?
Já mudou. Nós temos um grupo de pessoas que vem com idéias para demonstrações originais que são muito baratas, muito experimentais. Não há investimento suficiente. Então, você precisa de gente nova que não almeja ganhar muito dinheiro por enquanto. Eles irão pensar nisso mais tarde.


 


Você chegou a conversar com as redes Fox e NBC para distribuir a programação da CBS na internet. Por que você decidiu cancelar a idéia?
O que complicou para nós era a idéia da exclusividade. Nós teríamos que convergir cada parte de conteúdo por meio desse mecanismo. A proposta não nos deu a liberdade que queríamos para firmar parcerias em outros campos. Nós estamos ainda no início da internet. Daqui a três anos, esse cenário parecerá com a era dos dinossauros. Temos que aprender sobre os usuários – saber o quanto estão usando, por que estão usando e quando estão usando – e temos que nos conectar com eles.


 


Tem muito material da CBS no site YouTube. Como funciona esse conteúdo?
Bem, temos que olhá-lo sob duas maneiras diferentes. Uma delas é que o usuário começará a ser pago diretamente, e a outra é uma espécie de conteúdo promocional. Nossa posição é a seguinte: ou nos pagam por este material, ou nos dê um valor promocional que conduzirá eventualmente à idéia de desembolsarmos investimentos para tal.


 


Como você difere sobre isso?
Se houver um grampo de um minuto na série CSI, ou grampos de vídeos livres na Web, a promoção é ótima. Se mostrassem um episódio na íntegra de CSI e não nos pagassem por isso, com certeza reclamaríamos.


 


Recentemente, você selou um acordo com a empresa Verizon Wireless. Acredita que a TV móvel realmente vingará?
Nós pensamos que o wireless (tecnologia sem fios) está crescendo tremendamente. Agora, eu duvido que os espectadores irão assistir a um episódio de Survivor em um formato de televisão de duas polegadas. Mas, realmente penso que pessoas irão às lojas no meio de um jogo do futebol e assistirão à atração por lá mesmo.


 


De todos estes novos canais de distribuição, qual é o mais valioso?
Todos são bons. Não nos importamos como o usuário desfruta do nosso conteúdo – pelo ar, cabo, satélite, internet, ou em seu próprio telefone celular – contanto que sejamos pagos por isso.


 


Da Redação, com Adnews