Memorial do Araguaia: governo ajudará na captação de recursos

O governo federal pretende apoiar a implantação do Memorial do Araguaia, em Xambioá. Este foi o compromisso assumido pelo assessor especial da Presidência da República, Swedenberger Barbosa, durante encontro com uma comissão formada pelo vice-governador d

A deputada Jô Moraes, que é membro do Comitê Central do PCdoB, deixou a reunião bastante animada. “Considero a audiência um marco na viabilização do Memorial por sua ampla dimensão política e pela resposta que o representante do governo deu sobre a disponibilidade de acelerar os processos para a captação de recursos”, avaliou.


 


Segundo Jô, o fato de participarem figuras públicas do legislativo e do executivo nacional, advindas de partidos diferentes, demonstra que a concretização do projeto do Memorial do Araguaia é de interesse de toda a sociedade brasileira. “O vice-governador do Tocantins foi avisado da audiência só ontem a noite. E, mesmo assim, deu um jeito de vir para o nosso encontro esta manhã”, comentou.


 


Jô avalia que neste momento há abertura no governo federal para de fato colaborar com a captação de recursos. “O secretário ficou impactado positivamente com as presenças políticas e explicitou que a conformação da audiência com aquela amplitude reforça o aumento da agilidade na tramitação do processo”, disse.


 


No encontro foi entregue ao secretário Barbosa a versão final do projeto do Memorial que, para Jô, é amplo e tem especial relevância uma vez que além de reunir a história da Guerrilha do Araguaia, também narra sobre os povos do Araguaia e as comunidades ribeirinhas. Os participantes ainda analisaram a possibilidade de ser efetivado um convênio múltiplo entre o governo estadual, municipal e o Instituto de Apoio aos Povos do Araguaia (IAPA).


 


O senador Quintanilha avalia que o Memorial é importante justamente porque “será um centro de desenvolvimento de atividades voltadas para a melhoria das condições de vida dos povos da bacia do Araguaia/Tocantins, com projetos sociais, econômicos, ambientais, culturais e científicos que serão de muita valia para a população do norte do Tocantins e região”.


 


O Memorial será administrado pelo IAPA. “Nós não estamos criando um memorial da Guerrilha, mas um memorial dos povos da bacia do Araguaia”, explicou o presidente da entidade, Zezinho do Araguaia, que participou da luta contra o regime militar na região, no final dos anos 1960 e início dos 1970.


 


A comitiva fará um levantamento de empresas que poderiam financiar a construção através da lei Rouanet, de incentivo à cultura e o senador Quintanilha intermediará encontros com as direções da Petrobras, a Eletrobras e a Caixa Econômica Federal para a captação de recursos, conforme o que ficou acertado com o secretário especial da Presidência da República.


 


O projeto tem grande significação histórica. A idéia é que mais que um local em que sejam reunidos objetos de valor histórico sobre a Guerrilha do Araguaia – que foi a ação de resistência organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) contra a ditadura militar no Sul do Pará anos de 1967 e 1975 –, o Memorial seja também catalisador de realizações culturais, sociais, educativas, científicas e tecnológicas para o desenvolvimento da região.


 


O Memorial do Araguaia irá se localizar em uma região rica em diversidade natural e cultural. A área tem no entorno cinco grandes estados (Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Pará) e também engloba dez áreas de preservação ambiental e 35 áreas indígenas. Segundo o projeto, ali estão presentes 7,9 milhões de pessoas, incluindo 10 mil índios, que serão beneficiados diretamente com sua implantação.


 


O complexo será composto por um bloco térreo com uma área construída de mais de mil metros quadrados, incluindo circulação coberta, e com uma área de terreno de aproximadamente cinco mil metros quadrados, contendo um anfiteatro, uma área de exposição, um museu, uma biblioteca, uma sala de cursos, um ateliê para realização de oficinas, uma lanchonete e salas administrativas.


 


De Brasília,
Mônica Simioni
Carlos Pompe