Após O Código da Vinci, Opus Dei ataca e censura outro livro

O grupo católico conservador Opus Dei apresentou uma denúncia por difamação na França contra a autora e o editor do romance Camino 999 (Caminho 999), no qual a prelazia é apresentada como uma organização criminosa e fraudulenta.

Foram denunciados o editor Jean Jacques Reboux, acusado de difamação, e Catherine Fradier, autora do livro, por suposta cumplicidade no ato difamatório. Segundo declarações do porta-voz da Opus Dei na França, Arnaud Gency, a denúncia foi apresentada no fim de maio. No ano passado, a prelazia se virou contra o best-seller O Código Da Vinci.


 


Os representantes do grupo afirmam que o livro, publicado em março de 2007, é “considerado difamatório, pois descreve a investigação de um chefe da brigada criminosa de Lyon sobre assassinatos (supostamente) orquestrados pela Opus Dei”.


 


A Opus Dei exige 30 mil euros (US$ 39 mil) por perdas e danos, 5.000 euros (US$ 6.500) por honorários advocatícios e a publicação do veredicto em um jornal de grande circulação. Segundo Gency, a Opus Dei é claramente o alvo desta obra.


 


A publicação traz referência ao livro mais famoso de seu fundador, Josemaría Escrivá de Balaguer, intitulado Caminho, e às 999 consignas espirituais explicadas aos fiéis em suas páginas. O romance faz alusão, ainda, ao caso Matesa – um dos escândalos político-econômicos mais importantes da última fase do franquismo.


 


Segundo os representantes da Opus Dei, a intenção não é que o livro seja recolhido ou censurado, mas que os capítulos “difamatórios” sejam analisados por uma autoridade competente.


 


A autora do livro se defendeu afirmando no site da editora que seus romances de mistério “sempre misturam ficção e realidade” porque é seu estilo de escrita.