Ipea revisa para cima previsão de crescimento de 2007

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 4,2% para 4,3%. A elevação em 0,1 ponto percentual foi motivada, segundo o Ipea, pelo aumento do consumo das famílias,

De acordo com o economista do Ipea Fábio Giambiagi, a inflação em baixa e o ajuste externo vigoroso garantem um maior clima de otimismo em relação ao desempenho da economia brasileira. Segundo o Instituto, “a economia brasileira emite sinais de ter finalmente ingressado no chamado círculo virtuoso de desempenho”.



''Temos ficado progressivamente mais otimistas com o ritmo dos investimentos'', afirmou. ''A economia brasileira está colhendo os frutos do esforço que o país vem fazendo há vários anos de ajuste macroeconômico e melhora de suas instituições. Isso vai gerando um otimismo crescente entre os empresários em relação às possibilidades de o país continuar seu processo de crescimento''.



Estabilidade e ajustes



Ele citou como exemplos desses esforços implementados pelo país ao longo dos anos, a estabilização da moeda desde meados da década passada, ajuste fiscal externo e as políticas voltadas para evitar a escalada da inflação que, segundo ele, “dá sinais de que vai permanecer em baixa por um bom tempo''.



O setor agropecuário deve ter um crescimento menor do que os 6% projetados anteriormente. A expectativa, agora, é que a expansão seja de 4,5%. O mesmo movimento deve ser observado na indústria que, em vez de crescer 4,8% deve ficar em 4,3%. Nos serviços, o Ipea espera encontrar resultado oposto. Em lugar de crescer 3,6% o setor deve ter alta de 4%.



O economista do Ipea também destacou o ritmo mais acelerado de expansão do produto potencial da economia, que é o indicador que mede a possibilidade de crescimento da economia se todos os setores operassem em sua capacidade total.



''Antes, essa capacidade era de 3%, agora é de 4%. Isso é muito bom porque se a economia crescer em torno de 4,5% e o produto potencial cresce a 3%, então há um desequilíbrio potencial em curso. Mais cedo ou mais tarde, o país poderá esbarrar no teto de plena capacidade. Mas se economia cresce há uma certa capacidade ociosa inicial, o encontro com os problemas vai demorar e poderemos crescer durante algum tempo sem ter riscos de surgirem pressões inflacionárias positivas”, explicou.