Brasil terá 37 milhões de internautas
O Brasil deve encerrar o ano com 37 milhões de internautas, o que representaria um crescimento de 12,56% em relação ao ano passado. Até março, havia 33,147 milhões de brasileiros com acesso à rede de computadores em casa, no trabalho, na escola ou em l
Publicado 27/06/2007 11:35 | Editado 04/03/2020 16:52
A perda se deu entre os acessos discados, já que a conexão em banda larga cresceu 41% e atingiu 5,7 milhões de acessos. Computadores baratos – o preço caiu cerca de 20% nos últimos 12 meses – financiamentos com juros menores e programas de inclusão digital são os responsáveis por alavancar a conexão entre os brasileiros. Foi graças a um parcelamento suave, 24 prestações de R$ 109, que o garçom Antônio José Santos conseguiu o primeiro computador, comprado há três meses.
O objetivo era facilitar as pesquisas escolares do filho de 11 anos, mas ele também acabou seduzido pelo mundo digital. “Pelo que eu ouvia falar, achava que a Internet devia ser muito interessante. Agora descobri que é de verdade”, conta ele, que usa a rede para ler notícias. O filho é quem ensina a ele como navegar, mas Santos já pensa em formas de aprender mais depressa. “Eu tenho vontade de fazer um curso”, planeja. A professora Delma Gomes de Sales também comprou um computador este ano e começou a navegar.
O motivo foi uma faculdade à distância, que exige que ela faça e envie trabalhos por meio eletrônico. Com computador em casa, ela descobriu muitas outras utilidades para a Internet, como pesquisar preços, procurar anúncios e buscar informações bancárias. Só não teve coragem ainda de fazer compras. “É muito arriscado”, diz.
Inclusão
Boa parte do crescimento do número de internautas se deve a programas de inclusão digital, que levam a tecnologia a quem não tem acesso. Em Belo Horizonte o tema é tratado em duas frentes, a escolas públicas e os postos para atendimento à comunidade. Das 182 escolas municipais, 150 possuem laboratórios de informática. Nas outras não têm espaço físico adequado para receber os equipamentos e a prefeitura está desenvolvendo um projeto alternativo.
“A maioria dos alunos só têm acesso à Internet na escola”, diz a diretora de Inclusão Digital da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte, Silvana Veloso. Segundo ela, um em cada três alunos já possuem e-mail, o que indica que eles aprenderam a usar a rede também para se comunicar. Na outra frente, o BH Digital investe em cursos para promover a inclusão. Uma carreta com 14 computadores serve de sala de aula e já formou 6.000 em informática básica e ensinou 40 mil pessoas a acessarem a Internet.
Depois do aprendizado, essas pessoas têm acesso a computadores nos telecentros e Pontos de Internet Municipais, que somam 145 locais. Até o fim do ano a meta é inaugurar mais 65. No âmbito federal, o Ministério das Comunicações pretende ampliar de 3.400 para 20 mil os pontos de conexão à Internet banda larga nos próximos três anos. No mesmo período, a meta é atingir 142 mil escolas públicas federais, estaduais e municipais por meio de parcerias com as empresas telefônicas.
Brasileiro é líder mundial de tempo na web
O brasileiro que usa a Internet em casa navega em média 21 horas e 44 minutos por mês. O tempo de conexão coloca o país no topo do ranking dos países que mais acessam a rede de computadores. Na comparação com abril do ano passado, o tempo que o internauta permanece no mundo virtual subiu quase duas horas por mês. O tempo de conexão do brasileiro supera em duas horas e cinqüenta e cinco minutos a média de navegação os internautas domésticos nos Estados Unidos.
De acordo com o IBGE, a educação é o maior objetivo dos que acessam a Internet. Essa finalidade foi apontada por 71,7% dos usuários. Como cada internauta usa a rede com mais de uma motivação, a soma das razões é superior a 100%. Em segundo lugar apareceu a comunicação, apontada por 68,6% das pessoas. Lazer, leitura de jornais e revistas, interação com autoridades ou órgãos públicos e compras de bens e serviço, nessa ordem, completam a lista. (APP)
Fonte: Jornal O Tempo