Conselho Universitário decide sobre cotas na Ufrgs
Na semana em que o Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal do RS (Ufrgs) se reúne para discutir e decidir sobre a reserva de vagas raciais na seleção de ingresso acadêmico, a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, defendeu ontem
Publicado 27/06/2007 12:37 | Editado 04/03/2020 17:12
Segundo analisou ela, o processo de deliberação, agendado para sexta-feira, é uma oportunidade histórica de a instituição reafirmar o compromisso com a cidadania e contemplar interesses comunitários de inclusão. 'Governos, instituições públicas e privadas e a sociedade devem atuar para a superação do racismo e da discriminação racial.' A ministra criticou a reação de alguns estudantes da Ufrgs, que teriam pichado muros e calçada do entorno do Campus Central com frases de cunho racial.
Devido à polêmica decorrente das pichações, Matilde entende que é necessário ampliar o debate no RS. 'Uma manifestação como esta é mais uma prova de que o racismo existe.' Ela lembrou que a Ufrgs tem tradição de intercâmbio educacional com países africanos e reconhece a instituição como aliada fundamental para a igualdade racial. Também destacou o papel estratégico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) quanto à implantação das cotas sociais e raciais. 'Irão catalisar o desenvolvimento socioeconômico da região, contribuindo para intensificar a inserção de Santa Maria no cenário de produção de conhecimento pluralista e comprometido com a diversidade brasileira.' A ministra avaliou que a política de cotas nas universidades públicas é um dos principais expoentes das ações afirmativas implantadas no país. 'Até o momento , 29 universidades públicas já adotaram o sistema de reserva de vagas para negros e indígenas', informou.
Pesquisa da Universidade Federal da Bahia, em 2005, apontou o desempenho de alunos cotistas como igual ou melhor que os demais, egressos na seleção do vestibular, em 61% dos cursos de graduação mais concorridos. Desde a implantação do sistema, a presença de alunos da rede pública cresceu de 39,8% a 48%, incluindo 11 graduações de maior prestígio social.
Com agências