CUT-Bahia marcará o Dois de Julho e luta contra Emenda 3
Na próxima segunda-feira (2) os baianos vão às ruas para comemorar a Independência da Bahia. A CUT-Bahia, juntamente com vários sindicatos e movimentos sociais, participa do desfile cívico enaltecendo o Dois de Julho como a data mais importante do calendá
Publicado 29/06/2007 16:19
Esse ano, a concentração dos sindicalistas começa às 9h, no posto de combustíveis, na Lapinha, e segue o cortejo com faixas, cartazes e bandeiras reivindicando o nome do Aeroporto Dois de Julho e apoio ao veto contra Emenda 3. Uma fanfarra acompanha a caminhada, que começa no Largo da Lapinha, passa pelo Pelourinho, Praça Municipal e termina no Campo Grande.
Resistência do povo
Mesmo antes de 2 de julho de 1823, a Bahia já era palco de sangrentos combates entre portugueses e brasileiros. A província, desde a Conjuração Baiana de 1799, apresentava a maior resistência contra o império português. O povo humilde participava dos levantes pela liberdade colando cartazes nas ruas pedindo apoio na luta contra os invasores. Por isso, a Bahia também concentrava um grande contingente militar do império português sob o comando do brigadeiro Inácio Luis Madeira de Melo.
Em 19 de fevereiro de 1822, em meio as tensas provocações entre soldados portugueses e brasileiros, tiros ocorrem no Forte de São Pedro. Salvador se transforma em um palco de batalha com confrontos nas Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora. Apesar da brava resistência dos baianos, as tropas de Madeira de Melo atacam casas, pessoas e invadem o Convento da Lapa, matando à golpes de baioneta a abadessa Sóror Joana Angélica, a primeira mártir do Dois de Julho.
Vitória dos baianos
Para medir forças com o poderoso efetivo português, Dom Pedro I enviou à Bahia o general francês Pierre Labatut. Após organizar as tropas brasileiras, as primeiras vitórias. Em novembro de 1922 ocorreu a Batalha de Pirajá, uma das mais sangrentas e importantes na luta pela independência. Os baianos conseguiram derrotar a resistência portuguesa, fazendo Madeira de Melo recuar.
O brigadeiro português ainda tentou tomar a Ilha de Itaparica. Como a região já estava bem protegida pelos brasileiros, a tentativa foi frustrada. Ainda assim, Madeira de Melo tentou avançar por Salvador, mas a cidade estava cercada por tropas brasileiras pela terra e, pelo mar, por uma esquadra enviada em maio de 1823 pelo governo do Rio de Janeiro, comandada pelo almirante Cochrane.
Em 2 de julho de 1823, Madeira de Melo, sem saída, foge para Portugal. Um navio da esquadra brasileira ainda perseguiu os portugueses até as proximidades da costa lusitana.
Heróis populares
O povo baiano foi decisivo na luta pela Independência da Bahia. A figura do caboclo e da cabocla, que representam a veia indígena da população e os “donos da terra”, fazem parte do folclore regional e da história do Dois de Julho. Outra grande heroína foi Maria Quitéria de Jesus Medeiros. Nascida no Recôncavo baiano, a jovem alistou-se no exército e teve atuação destacada na luta contra os portugueses. No final, foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.