CUT, UNE e MST protestam contra presidente da RCTV

A visita ao Brasil do presidente da Radio Caracas Televisión (RCTV), Marcel Granier, está provocando protestos de movimentos sociais brasileiros. Várias organizações – entre elas CUT, UNE e MST – fizeram um manifesto contra o executivo venezuelano e a emi

Intitulado “Marcel Granier: persona non grata”, o documento lembra que Granier realizou uma campanha de “mentiras, calúnias e ódio” contra o “legítimo e democrático” governo de Hugo Chávez. Na quinta-feira (28), o presidente da RCTV esteve na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado brasileiro para expor a sua versão sobre o fim das transmissões da rede, que estava no ar há 53 anos.


 


No mesmo dia, uma manifestação relâmpago reuniu 40 lideranças dos movimentos sociais contra a visita. Convidado pelos donos da mídia, Granier fez palestra no Hotel Meliá Mofarrej, em São Paulo (SP), em um “ato em defesa da liberdade de imprensa”, organizado por diversas entidades dos magnatas da comunicação. Impedidos “democraticamente” de entrar no recinto, os manifestantes protestaram no hall e em frente ao hotel.


 


Segundo Carolina Ribeiro, representante do Coletivo Brasil de Comunicação (Intervozes), barrar os ativistas num ato divulgado como público revela qual é a “liberdade” que o evento apregoa. O Intervozes ressalta que a manifestação foi realizada em ''defesa da pluralidade, da diversidade das rádios comunitárias, do acesso aos meios de comunicação e ao conhecimento por toda a população, do fim das oligarquias na mídia''.


 


Fim do golpismo


 


A licença da RCTV, encerrada em 27 de maio, não foi renovada por Chávez. Além de ser promotora do golpe de 2002 contra o governo eleito democraticamente, a emissora venezuelana está envolvida com diversos crimes: sonegação de impostos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, propaganda de prostituição, divulgação de pornografia e apropriação das contribuições previdenciárias de seus funcionários.


 


Para o presidente da CUT, Artur Henrique, a atitude de Chávez não nega a liberdade de expressão. “O que há na polêmica na RCTV é que ela se utilizou de um só lado da história, incitou um golpe contra Hugo Chávez e não atendeu às prerrogativas de um jornalismo imparcial.” Além disso, diz Artur, “não há impedimento legal” para que Chávez não renovasse a concessão da emissora.


 


O manifesto das entidades sociais também acusa o Senado de dar proteção a Granier. “Repudiamos a posição dos senadores que cometeram este enorme equívoco, ao dar guarida a este golpista”, diz o texto. O presidente da RCTV veio ao Brasil a convite do senador tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG).


 


O Senado brasileiro já havia aprovado uma resolução criticando o encerramento da transmissão da emissora. Na época, o presidente venezuelano chegou a questionar a autonomia da Casa e a acusou de ser um “papagaio que repete o que diz Washington”.


 


O clima no Senado é de não permitir que a Venezuela ingresse no Mercosul, ameaça Azeredo. “O ingresso no Mercosul prescinde de maturidade democrática”, afirma o senador. Em contraponto, Artur Henrique diz que a maturação deveria estar centrada na democratização dos meios de comunicação no Brasil. Um lacuna que, segundo ele, demonstra que a “democracia brasileira está longe de ser para todos”.


 


Leia abaixo o manifesto dos movimentos sociais


 


 



Marcel Granier: Persona non grata ao Povo Brasileiro Senado promove golpista


 


O nevoeiro já passou, mas a polêmica continua, reacesa com a decisão da Comissão de Relações Exteriores do Senado Brasileiro, de convidar o representante do grupo empresarial BC-1, Broadcasting Caracas, Marcel Granier, para falar aos senadores sobre a não renovação da concessão pública, cessando as transmissões no espaço público venezuelano do referido grupo empresarial.


 


Depois de percorrer a Europa e os Estados Unidos, Marcel chegou ao Brasil convidado pela ABERT – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Continuará em solo brasileiro, sua campanha de mentiras, calúnias e ódio contra o legítimo e democrático governo de Hugo Frias Chávez, instigando a violência contra o povo venezuelano. O pretexto é defender a “liberdade de expressão na América Latina e no mundo livre”.


 


Senadores dizem que vão levar o caso ao Mercosul, portando-se como defensores desse grupo empresarial, que participou ativamente de um golpe de estado fracassado em 2002, que levou a morte de 14 pessoas na Venezuela.


 


Mesmo antes do governo de Chávez, o referido grupo já havia tido suas transmissões no espaço público venezuelano suspensas em várias ocasiões, pelos mais variados motivos.


 


Por estas e outras, repudiamos a posição dos senadores que cometeram este enorme equívoco, ao dar guarida a este golpista, como bem retrata o filme “a revolução não será televisionada”.


 


Comportam-se, deste jeito, como um “papagaio dos Estados Unidos” e de um grupo que fomenta o ódio e a guerra contra um país vizinho, livre e soberano, amigo do Brasil.


 


Toda esta campanha contra a Venezuela e seu povo, deve-se a que, o referido grupo julgava que as concessões de canais de rádio e televisão fossem vitalícias, quase como um direito natural e divino. E é isto que incomoda seus acólitos no Brasil e mundo afora.


 


Por estas e outras nós declaramos: Marcel Granier persona non grata ao povo brasileiro.


 


Brasil, 28 de junho de 2007.


 


CUT, UNE, Ubes, MST, MAB, MAP, FEAB, MMC, PJR, CPT, Rede Social e Abraço