Kirchner pede ajuda e Brasil envia mais energia à Argentina

O presidente Néstor Kirchner pediu socorro ao governo brasileiro para atenuar a crise de energia da Argentina. O apelo foi imediatamente atendido pelo presidente Lula e o Brasil aumentará para 1.100 megawatts (MW) médios o fornecimento diário de eletricid


Kirchner fez o pedido na última sexta-feira (29/6), em Assunção. De volta a Brasília, na mesma noite, Lula convocou uma reunião de emergência com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Hubner (Minas e Energia), além do assessor internacional, Marco Aurélio Garcia, e do diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman.



Lula insistiu no caráter político do auxílio e encarregou Garcia de chefiar um grupo para negociar os detalhes do acordo. A missão seguiu para Buenos Aires no fim de semana.



O aumento na exportação de energia deverá ser feito por meio das conversoras Garabi I e Garabi II, da Companhia de Interligação Energética (Cien), do grupo Endesa, que opera 500 quilômetros de linhas de transmissão ligando os dois países, chegando até Rincón de Santa Maria (na província de Corrientes), onde se conecta à rede de transmissão da hidrelétrica de Yaciretá.



Desde o mês passado, a Argentina já recebe 700 MW médios do Brasil. Boa parte dessa energia provém da usina térmica de Araucária, no Paraná, movida a gás natural. O governo também avalia a possibilidade de redirecionar à Argentina uma parte do gás adquirido da Bolívia. O contrato bilateral prevê a compra de até 30 milhões de metros cúbicos por dia. Na semana passada, a demanda diária alcançou 29 milhões de metros cúbicos. Ou seja, havia uma “folga” de 1 milhão de metros cúbicos.



Fonte: Valor Econômico