Petróleo e gás nacionalizados quadruplicam renda da Bolívia

A Bolívia multiplicou por quatro a sua renda vinda do petróleo e gás natural, desde a nacionalização em 1º de maio de 2005. “Aumentamos os ingressos das vendas de US$ 300 milhões por ano para US$ 1,2 bilhão. Esse dinheiro será usado para o desenvolvimento

Araóz argumentou que a Petrobras e outras empresas petrolíferas estrangeiras já tiveram lucros suficientes para amortizar os investimentos que fizeram na Bolívia. “Todas as empresas que foram à Bolívia recuperaram facilmente seus investimentos. Contavam com isenções fiscais, não pagavam impostos e em pouco tempo amortizaram todo seu investimento. Não podem se queixar de que a Bolívia os tratou mal. O que queremos é um tratamento equilibrado”, afirmou o diplomata.



“A Petrobras, como uma multinacional, aproveitou as condições artificiais que se criaram na Bolívia para atrair capital. Mas o Estado tem de recuperar sua capacidade de repartir a riqueza. As grandes empresas têm sua utilidade, mas não podíamos seguir como estava antes”, argumentou. Ele sublinhou também que seu país conta com os recursos gerados pelo petróleo e gás natural para custear o seu plano de redução da pobreza – com renda per capita de US$ 1.100, a Bolívia é o país mais pobre da América do Sul.



“Não é um custo, mas um investimento”



O diplomata, que foi jesuíta nos anos 60 e 70, vê o novo tratamento da questão do gás e petróleo como parte de um aspecto da integração sul-americana que deve ser entendido pelos parceiros maiores. “Precisamos que os grandes países, como Brasil e Argentina, estejam dispostos não apenas a ser líderes, como também a assumir os custos de uma maior articulação entre os países”, argumentou.



Araóz admite que “para isso há que pagar” e “isso é que pode ser um tema difícil “. Porém sublinha que “os países grandes não podem ver esse preço como um custo, mas como um investimento”.



Em sua avaliação, a sociedade civil brasileira está mais disposta a pagar pelos custos de ajuda aos países mais pobres. “Na Europa, França e Alemanha tiveram de ajudar aos menos desenvolvidos, como foram Irlanda e Espanha em um momento”, disse o vice-ministro, referindo-se à construção da União Européia. “O mesmo esquema precisamos pensar para a América do Sul “, defendeu.



Sobre o papel da Venezuela na região, o vice-chanceler avalia que o governo de Hugo Chávez ainda não disputa a liderança sul-americana com o Brasil. “Hoje, o Brasil é o líder, mas a Venezuela precisa ter seu papel, pois tem petróleo e enormes recursos”, afirmou Fernandez Araóz.



Com informações do Estado de S. Paulo