Processo de Calheiros pode ter três relatores

Mais cedo, a mesa diretora decidiu devolver a representação do PSOL contra Calheiros para o Conselho de Ética. Com isso, o relatório de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que sugeria o arquivamento do processo, fica, na prática, anulado.

Ao longo da tarde, a oposição pressionou pelo afastamento de Renan da Presidência do Senado. Em discursos no plenário, as bancadas do PSDB e do DEM defenderam que o presidente da Casa deixe o posto até a conclusão das investigações no Conselho de Ética.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (PSDB-AM), argumentou que seu pedido era de uma “autoridade que lidera um partido que, em nenhum momento, fez pré-julgamentos; um partido que, em nenhum momento partiu para nada parecido com linchamento moral; um partido que, em nenhum momento, fez nada a não ser pedir mais investigação e absoluta garantia de direito de defesa”.

Cristovam Buarque (PDT-DF) também defendeu o afastamento. “Reafirmo que, em nome da Casa que o senhor jurou defender, entendo que é melhor para o Senado que esse processo seja feito com outra pessoa no seu lugar provisoriamente”. Além deles, os líderes José Nery (PSOL-PA) e José Agripino (DEM-RN) também pediram a renúncia.

A todos que insistiram, Calheiros respondeu que fica na presidência do Senado. “Sucumbir à sedução de um pseudo clamor é incompatível com a coragem e honradez que tenho me pautado. Com serenidade, entendo que devo permanecer na presidência, mesmo que, com isso, contrarie apetites políticos de ocasião”, afirmou.

No começo da tarde, a bancada do PT divulgou nota oficial elogiando a decisão dos parlamentares de devolver o processo contra Calheiros para o Conselho de Ética. “A bancada de senadores do PT e os representantes do bloco de apoio ao governo no Conselho de Ética decidiram, por unanimidade, aplaudir a deliberação da Comissão Diretora do Senado”, diz a nota.

Indefinições

Ao ser eleito novo presidente do Conselho, Quintanilha chegou a indicar Casagrande para a relatoria. A decisão, no entanto, foi adiada com o pretexto de que o colegiado deveria aguardar parecer jurídico sobre os trâmites processuais do caso.

Calheiros é investigado por ter suas contas pessoais pagas pelo lobista Claudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

Com agências.