Forum Social do Mercosul – Avanço no fortalecimento da luta

Em clima de alegria e de vitória encerraram-se no sábado, 7/7, as atividades do Fórum Social do Mercosul em Curitiba, Paraná.

Com muita esperança no fortalecimento da integração dos países latino-americanos foi aprovada pelo coordenador geral do Fórum a inclusão da Venezuela nesta articulação de nações em luta contra o neoliberalismo.



 
A atual configuração política da América Latina, com expressivo número de governos de perfil antineoliberal, traz novo alento aos povos que buscam encontrar caminhos alternativos nos quais se afirme a construção de projetos de desenvolvimento soberanos em todo o continente. Esta foi a tônica do Fórum Social do Mercosul, que recebeu lideranças dos vários países, e conviveu com as diversas culturas latinas num ambiente de festa e debate fraternos nos dias 5 a 7 de julho.



 
As mulheres tiveram presença destacada neste Fórum. Por iniciativa da Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM) e de suas entidades filiadas do Brasil – a Confederação de Mulheres do Brasil e a União Brasileira de Mulheres –  foi realizada uma homenagem emocionante à  abuela Sonia Torres, presente ao Forum em nome das Madres de La Plaza de Mayo.  Mães argentinas que pariram lutadores exterminados pela impiedosa ditadura do país vizinho, mas que hoje continuam dando à luz a esperança e a rebeldia, ao longo de três décadas, destacou a representante da UBM.   



 
No debate cujo tema foi a unidade das mulheres em prol do Mercosul, pela paz e contra o imperialismo, contribuíram as representantes da União de Mulheres da Argentina, Suzana Arraya e Marcela Bordenave; da União de Mulheres do Uruguai, Raquel Suares Gibardi; da Federação de Mulheres Cubanas, Maritzel Gonçalves Alpizar; da Central Unitária dos Trabalhadores Autênticos, Graciela Gongo; e Lílian Celiberti, da Rede de Mulheres do Mercosul. O Evento – que contou com uma centena de participantes de mais de 40 Entidades do movimento de mulheres, popular e sindical do Estado do Paraná – aprovou a Carta do Mercosul, depois ratificada pela Plenária geral do Fórum.



 
Um dos debates mais concorridos foi o que discutiu a democratização dos meios de comunicação, onde se fez notar a presença de Mirela Perez, da Assembléia Popular Bolivariana da Venezuela.  Citando a Constituição Popular da Venezuela, em seu artigo 8º, Mirela destacou dispositivos disciplinadores dos meios de comunicação social públicos e privados, obrigando-os a contribuir para a formação do povo, serviços garantidos pelo Estado e seu controle  popular. Segundo ela, é o poder comunal que exerce esse controle. Muito aplaudida, a deputada venezuelana disse que nunca o povo viveu momentos de democracia e de oportunidades de usufruir do direito à educação, saúde e habitação. Citou que os canais privados oligárquicos promoviam cenas de violência e de prostituição, enfraquecendo os valores nacionais, éticos e humanistas. Mirela enfatizou o papel de Hugo Chávez no esforço para assegurar o cumprimento de direitos humanos e a garantia de ampla informação a todos os cidadãos. No final de sua fala atentamente ouvida pela platéia, agradeceu sensibilizada a solidariedade e apoio do povo do Paraná.



 
Outro destaque no Fórum foi a participação de Maria Ester Udaetha, Senadora da Bolívia, que afirmou que a mulher está participando decisivamente da política em seu país. Destacou importantes mudanças em curso na Bolívia nos campos da educação e da saúde, avanços que tem contado com relevante apoio dos governos da Venezuela e de Cuba.



 
Ao final do Evento, foram aprovadas várias moções e uma “Carta de Curitiba” contendo proposições para orientar a luta das mulheres no continente latino-americano.



 
Elza Maria Campos
Coordenadora da União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná