Caso Renan: Conselho anula relatório de Cafeteira

O presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), anulou o relatório que pedia o arquivamento sumário do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parecer foi apresentado em junho pelo então relator do cas

Quintanilha anulou ainda os relatórios alternativos de PSDB, DEM e PDT, que pediam a continuidade da apuração alegando que estavam prejudicados o relatório do senador Epitácio Cafeteira e os votos a ele apresentados em separado.


 


Na última quinta-feira, Quintanilha nomeou três novos relatores para o caso: Renato Casagrande (PSB-ES), Almeida Lima (PMDB-SE) e Marisa Serrano (PSDB-MS). Cafeteira, que havia se licenciado por problemas de saúde, foi afastado.


 


A anulação do relatório de Cafeteira foi questionada ontem pelo advogado do presidente do Senado, Eduardo Ferrão, que enviou um ofício para Quintanilha. Para ele a decisão seria ilegal porque o relatório teria que ser votado. Depois de apontar erros na tramitação do processo contra Renan, Quintanilha havia afirmado no mesmo despacho que os trabalhos realizados eram válidos.


 


Investigação


 


A Polícia Federal pediu ontem (segunda-feira) ao Conselho de Ética o livro-caixa da fazenda de Renan, em Alagoas; a ficha cadastral de seu rebanho no Ministério da Agricultura de 2003 a 2006 e canhotos de notas fiscais de venda de gado. A PF já havia pedido notas fiscais de 2004 e Guias de Trânsito Animal.


 


Um consultor do Senado também deve ir a Alagoas na próxima semana recolher documentos nas secretarias de Fazenda, Agricultura e na delegacia do Ministério da Agricultura. Com esse material, a PF pretende concluir a perícia com o objetivo de verificar se as operações de venda de gado declaradas por Renan ocorreram.


 


Os relatores devem manter esta linha de investigação, não incluindo a denúncia da revista “Veja” de que Renan teria beneficiado a Schincariol depois que a cervejaria comprou uma fábrica de seu irmão, deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL).


 


Segundo matéria da revista desta semana, a Schincariol comprou por R$ 27 milhões uma fábrica do irmão de Renan em Murici (AL), quando o negócio estaria prestes a fechar. Aparentemente o preço estaria acima do de mercado. Após a transação ser concluída, Renan teria conseguido suspender a cobrança de uma dívida de R$ 100 milhões da cervejaria com o INSS e outra, também milionária, com a Receita.


Com agências.