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Metalúrgicos do ABC comemoram “melhor acordo” salarial do ano

Todos os metalúrgicos do ABC vão ter um reajuste salarial acima da inflação. O acordo entre o sindicato da categoria e as empresas foi aprovado na manhã deste sábado, dia 08, por cerca de 2 mil trabalhadores que se reuniram em assembléia. O presidente do

Feijóo disse que o acordo beneficia os trabalhadores metalúrgicos de diferentes faixas salariais. “Esse acordo prevê um piso salarial que era de R$ 1.030,00, reajustado em 7,77% e que passa a R$ 1.110,00. Para os demais trabalhadores, até o limite de R$ 7 mil, o reajuste do salário será de 4,72%, que é a inflação do período, mais 2,5% de aumento real. O que totaliza 7,44%. Para os trabalhadores que ganham acima de R$ 7 mil, aplica-se sobre o teto de R$ 7 mil a inflação de 4,72% e depois aplica-se 2,5%”, explicou Feijóo.



Segundo Feijóo, os metalúrgicos conseguiram conquistar o acordo por dois motivos: a estabilidade da economia e a pressão que os trabalhadores exercem sobre a empresa por meio da organização sindical.



“Nós temos uma categoria organizada e os empresários sabem que é melhor negociar e produzir um bom acordo do que ter que enfrentar uma greve de longa duração. Isso faz com que a mesa de negociação seja um local sério para debater exatamente como repartir esse crescimento econômico”, disse Feijóo.



Leia a íntegra da entrevista com José Lopez Feijóo:


 



Feijóo, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo de hoje diz que vocês acabaram de fazer um acordo salarial que, na sua opinião, é uma das melhores propostas feitas durante as campanhas salariais este ano. Que acordo foi esse e porque é que é uma boa proposta?


José Lopez Feijóo – Bem, primeiro ele acabou de se tornar acordo, primeiro ele era apenas uma proposta porque nós acabamos de aprová-lo aqui numa assembléia com aproximadamente dois mil trabalhadores, veja você, dois mil trabalhadores no meio de um feriadão. O que torna a assembléia bastante representativa. O acordo é o seguinte: nós tínhamos um acordo inicialmente para as empresas montadoras de veículos que nós agora vamos trabalhar para estender para os demais grupos patronais, de peças, grupo de máquinas, eletro-eletrônico e assim por diante. Esse acordo prevê um piso salarial que era de mil e trinta, reajustado em 7,77% e que passa a mil cento e dez.


 


Está acima da inflação?


José Lopez Feijóo – Bem acima. Os demais trabalhadores até o limite de sete mil reais o reajuste do salário será de 4,82% que é a inflação do período mais 2,5% de aumento real o que totaliza 7,44%. Para os trabalhadores que ganham acima de sete mil reais, aplica-se sobre o teto de sete mil reais a inflação de 4,82% e depois aplica-se 2,5%, o resultado dessa conta resulta em cento e oitenta e três reais e quarenta e quatro centavos. Trabalhadores que ganham acima de sete mil reais receberão a reposição integral da inflação, independente do seu salário, de 4,83%, e a título de aumento real esse valor fixo de cento e oitenta e três reais e quarenta e quatro centavos. O que faz com que qualquer trabalhador da nossa categoria nas montadoras, independente do salário que receba, terá reposição integral da inflação de aumento real de salário. Para que você tenha a idéia, um trabalhador que receba dez mil reais por mês receberá 4,82% da inflação mais 1,75% de aumento real de salário.


 


E isso não tem sido conseguido, de uma maneira geral, nos outros dissídios ou não?


José Lopez Feijóo – Olha as campanhas salariais, pelo que nós temos notícia, ela tem todas… Bem sucedidas, com aumento real de salário. É uma coisa que tem variado entre meio a 2%, portanto nós fizemos um acordo de 2,5% e nós temos, portanto, um belo acúmulo já de aumento real ao longo desses últimos anos. De 2002 para cá, nas montadoras, isso significa algo em torno de 16% acumulado de aumento real de salário.


 


Agora, Feijoó, quantos trabalhadores se beneficiam desse acordo fechado hoje?


José Lopez Feijóo – Aqui no ABC todos os trabalhadores de montadoras,  o que significa algo em torno de 34 mil, mas nós pretendemos que, no ABC, todos os 115 mil metalúrgicos acabem com um acordo igualzinho a esse.


 


Uma última pergunta, Feijóo, você acredita que… Por que que você conseguiu esse acordo, porque não é todo dia que você consegue um acordo como esse?


José Lopez Feijóo – Por uma razão que eu julgo importante, primeiro porque a economia vai indo bem. E isso é justo que os trabalhadores participem do crescimento econômico principalmente do crescimento do setor que eles atuam. Segundo porque nós temos uma categoria organizada e os empresários sabem que é melhor negociar e produzir um bom acordo do que ter que enfrentar uma greve de longa duração. Então isso faz com que a mesa de negociação seja um local sério para debater exatamente como repartir esse crescimento econômico.



Fonte: Conversa Afiada