Sem categoria

China contra-ataca e aponta defeitos de produtos dos EUA

O governo chinês, que luta contra uma série de críticas sobre a segurança dos produtos exportados pelo país, resolveu partir para o ataque e criticar certos produtos enviados para a China por algumas das maiores empresas norte-americanas.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Li Changjiang – maior autoridade de controle de qualidade da China e chefe do serviço de inspeção do governo que tem com 30 mil funcionários – apresentou uma lista de defeitos e perigos que, segundo ele, apareceram em produtos enviados por empresas norte-americanas.



Esses produtos incluem turbinas da General Electric, máquinas de ultra-som da unidade americana da holandesa Philips e máquinas agrícolas da Deere & Co. Entre os problemas apontados por Li estão aparelhos de marca-passo mal rotulados, problemas em motores, maçãs produzidas no estado de Washington com excesso de pesticidas e até pombos-correios infestados com doenças.



Em alguns casos, as empresas envolvidas já haviam reconhecido e respondido às queixas da China quanto aos itens. De janeiro a julho, por exemplo, os Estados Unidos exportaram 267.300 carregamentos com produtos no valor de US$ 18,7 bilhões para a China, diz Li, que dirige a Administração Geral de Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentena. Desses carregamentos, os representantes de controle de qualidade chineses encontraram algum tipo de problema com 4.845 carregamentos, ou 1,8% do total, segundo Li.



Confiscos



Na sede da agência, em Pequim, Li forneceu ao Wall Street Journal uma lista de cerca de uma dúzia de exportações norte-americanas que foram confiscadas pelos representantes chineses por causa de problemas de qualidade nos últimos 12 meses. “Eu acho que, honestamente, tanto empresas de exportação chinesas quanto empresas de importação americanas carregam responsabilidades”, disse ele.



Em fevereiro de 2006, o governo chinês disse que fiscais encontraram um lote de equipamentos de ultra-som fabricados por uma subsidiária americana da Philips em que o interruptor tinha “o risco de choque elétrico”. O carregamento foi impedido de entrar na China, de acordo com o governo. Em dezembro, um hospital na província de Fujian importou o mesmo produto e encontrou problemas no software. Ele retornou o equipamento de ultra-som para os EUA em maio passado.


 


Em março de 2006, um hospital de Xangai começou a ter “problemas freqüentes” com uma unidade de raio-X fabricada pela General Electric. “A somente um ano da instalação desse equipamento”, diz o documento fornecido por Li, “houve 22 consertos pós-venda, entre eles 10 reparos emergenciais feitos no local”.



O porta-voz da GE, Peter O'Toole, disse que há 459 máquinas de raio-X instaladas no mundo, 81 delas na China. O'Toole disse que a máquina vem “funcionando dentro do esperado” desde março e está sendo usada para tirar raio-X de até 200 pacientes por dia.



Fonte: Valor Econômico