Guerra entre Turquia e curdos provoca mais doze mortes
Pelo menos doze soldados turcos foram mortos em uma emboscada por rebeldes separatistas curdos no sudeste da Turquia, próximo à fronteira com o Iraque.
O ataque, que matou outras 23 pessoas entre os rebeldes, foi atribuído ao Partido dos Trabalhador
Publicado 21/10/2007 16:35
Horas depois, uma bomba também atribuída ao PKK explodiu em um micro-ônibus no sudeste do país e deixou uma dezena de feridos.
Os eventos deste domingo aumentam a pressão para que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, dê sinal verde para um incursão militar no norte do Iraque, onde a Turquia afirma existir bases do PKK.
O primeiro-ministro convocou uma reunião de emergência com ministros e autoridades miliatares para discutir o assunto. Enquanto isso, pediu calma aos canais de TV que pressionam por uma resposta militar:
“Especialmente neste momento, espero que nossos canais de TV mantenham a calma, evitem a agitação e incentivem as pessoas a manter o bom senso”, ele afirmou.
“Os passos dados no sentido de uma operação militar que cruze a fronteira foram resultado de um processo legal – o Parlamento nos deu autoridade. Tudo o que for necessário em linha com esse mandato será feito.”
O premiê acrescentou: “Gostaria de destacar que não temos nenhuma preocupação em relação a como esses passos são entendidos por outros”.
Nesta semana, os Estados Unidos e a União Européia, reagindo à decisão do Parlamento turco de autorizar a incursão militar, pediram calma à Turquia. Para Washington e Bruxelas, uma ofensiva poderia desestabilizar ainda mais a região.
Diplomacia
O tema tem colocado em fileiras opostas líderes da região. O Irã pediu à Turquia que privilegie os meios diplomáticos para resolver a crise.
Já a Síria expressou nesta semana apoio a uma possível ação militar turca, o que gerou uma resposta do presidente iraquiano, Jalal Talabani. Cerca de 3 mil rebeldes curdos atuam na fronteira com Iraque. “Não posso tolerar esta séria violação de todos os limites”, disse o presidente, um curdo, em uma entrevista à imprensa turca publicada no sábado.
Cerca de 3 mil rebeldes separatistas atuam na região entre a Turquia e o Iraque, onde desde a primavera as Forças Armadas turcam realizam manobras militares.
No início deste mês, 13 militares morreram em outra emboscada.
O PKK luta por autonomia no sudeste da Turquia desde 1984, resistindo em um conflito que já matou 30 mil pessoas.
Turquia, Estados Unidos e União Européia consideram o grupo uma organização terrorista.
Fonte: BBC Brasil