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Impasse entre Alckmin e Kassab leva discórdia ao ninho tucano

A um ano das eleições municipais paulistanas, o impasse entre as potenciais candidaturas do prefeito Gilberto Kassab (DEM), por um lado, e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por outro, paralisa a aliança de 13 anos que junta tucanos e o antigo PF

A preocupação em definir um rumo para a aliança juntou num jantar de exploração de hipóteses, na última terça-feira, o ex-presidente do DEM, ex-senador Jorge Bornhausen (SC), e Alckmin. Na sexta, Aécio, o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, e o governador José Serra (PSDB) tiveram um encontro em São Paulo para discutir a CPMF e, no entremeio, conversar sobre a eleição municipal de 2008. Serra apóia a candidatura do atual prefeito, Gilberto Kassab, à reeleição, mas muitos tucanos questionam a inexperiência de Kassab em disputas eleitorais.


 


Quem festeja o impasse e torce para que ele se prolongue é o PT, principal adversário de PSDB e DEM em São Paulo, que sonha em recuperar a prefeitura da maior cidade do País em 2008. “Kassab está tomando eleitores que seriam de Alckmin”, comemora o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), um dos aliados da ex-prefeita Marta Suplicy, hoje ministra do Turismo, ao comentar a melhoria da avaliação do atual prefeito. Ele acha que, um ano antes, a divisão de tucanos e DEM antecipa um cenário de segundo turno na eleição paulistana.


 


“Não haverá dois candidatos”, decreta solenemente o empresário Guilherme Afif, do DEM, ao garantir que haverá um acordo entre os dois partidos e só um deles concorrerá. “Farei tudo para manter a aliança”, assegura José Henrique Reis Lobo, presidente do PSDB paulistano e secretário de Relações Institucionais do governo Serra. “Não sei ainda a fórmula para manter a aliança, mas não é um problema para agora”, observa o deputado Mendes Thame, presidente do PSDB paulista.


 


No mesmo tom, alguns tucanos vão mais longe e prevêem que pode até acontecer de os dois concorrerem, mas sem que isso seja produto de um rompimento entre eles. A idéia atende à preocupação tucana com a inexperiência de Kassab, que nunca enfrentou uma disputa majoritária e pode se perder nela; assim, se Alckmin estiver concorrendo também, carreia os votos da antiga aliança.


 


Mas, nos bastidores, há uma forte articulação do grupo ligado a José Serra para que Alckmin desista de concorrer à prefeitura.


 


Segundo nota do Painel da Folha de S. Paulo, a turma de Gilberto Kassab espera que Geraldo Alckmin não apenas desista de disputar a sucessão paulistana como o faça perto do prazo-limite para o lançamento de candidaturas, de modo que nenhum outro tucano resolva atrapalhar o projeto reeleitoral do prefeito.



Convenção tucana


 


O PSDB paulista realiza hoje sua convenção, na qual mais de 2 mil delegados vão eleger o presidente estadual da legenda e a Executiva. Uma disputa de bastidores entre os grupos de Serra e Alckmin mobiliza os delegados.


 



O atual presidente, Antônio Carlos de Mendes Thame, deve ser o eleito para o cargo. Thame foi conduzido à presidência estadual do PSDB no início do ano, com o pedido de licença de Sidney Beraldo para assumir a Secretaria Estadual de Gestão Pública.



O tema eleições 2008 deve ser abordado em boa parte dos discursos dos convencionais, mas a disputa interna entre os grupos de Serra e Alckmin, inclusive pelo comando do PSDB paulista, não deve frequentar a tribuna, emboar prometa pautar as conversas de corredores.


 


A convenção em São Paulo é uma das 17 convenções do PSDB que acontecem pelo Brasil neste final de semana. Também realizam o processo os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.


 



Da redação,
com agências