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Liderança de Hu Jintao cresce após 17º Congresso do PC chinês

O 17º congresso qüinqüenal do Partido Comunista da China (PCCh) foi encerrado neste domingo (21)  com a reeleição dos principais dirigentes de seu comitê central, o principal órgão de decisão da legenda, embora o vice-presidente Zeng Qinghong tenha p

O presidente e secretário-geral, Hu Jintao, foi reeleito junto com Wu Bangguo, presidente do Comitê Permanente da Assembléia Popular, Wen Jiabao, primeiro-ministro, Jian Qinglin, presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), e Li Changchun, membro do Comitê Permanente do Politburo e “número oito” na hierarquia.


 


Segundo a Xinhua, além do vice-presidente Zeng Qinghong, não continuam Wu Guanzheng, até então secretário da comissão de disciplina, e Luo Gan, secretário de assuntos políticos e legais. Eles devem deixar os respectivos cargos em março de 2008.


 


Também foi anunciada neste domingo a aposentadoria da vice-primeira-ministra Wu Yi, de 68 anos, única mulher no topo da liderança chinesa. Nos anos 1990, ela comandou as negociações para a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC).


 


Todos eles já passaram ou estão próximos dos 70 anos, idade considerada extra-oficialmente como limite para o exercício de cargos.


 


Do anúncio oficial se deduz que haverá pelo menos quatro novos membros (o quarto a ser substituído, Huang Ju, morreu em junho), entre os nove do novo comitê permanente do birô político do comitê central.


 


O Congresso também escolheu os 371 membros do comitê central e os 127 membros da comissão de disciplina. As votações para a escolha dos titulares e suplentes dos órgãos de liderança foram formais e por voto secreto.


 


Como é tradição, o novo comitê central eleito hoje (204 membros permanentes e 167 suplentes) se reunirá nesta segunda-feira (22) em sua primeira sessão plenária para escolher seu secretário-geral, titulares e suplentes do birô político e os membros do comitê permanente. 


 


O secretário-geral do PCCh, atualmente Hu Jintao, deverá ser eleito entre os membros do comitê permanente do birô político.


 



Segundo a Xinhua, delegados presentes hoje no encerramento do congresso do partido que governa a China há 58 anos destacaram que os novos membros que entrarão na direção darão nova vitalidade à política de reforma e abertura e à construção de uma sociedade moderadamente próspera.


 



Durante o Congresso, mais de 2.200 delegados aprovaram o programa de políticas defendido por Hu Jintao, chamado de “perspectiva científica para o desenvolvimento”. Discursando durante a reunião, Hu disse que “precisamos liderar o povo na compreensão e no aproveitamento deste importante período de oportunidades estratégicas”.


 



Maior influência


 



Segundo avaliações da imprensa internacional, a saída do vice-presidente chinês Zeng Qingbong aumenta o poder do chefe do partido Hu Jintao e abre caminho para uma geração mais jovem de potenciais sucessores.


 



Zeng, de 68 anos, é considerado o mais influente dos líderes ligados à corrente liderada pelo ex-presidente chinês Jiang Zeming e que também conseguiu se aproximar de Hu Jintao. Seu afastamento do Comitê abre espaço para a ascensão de aliados de Hu Jintao, entre eles Li Keqiang, de 52 anos, considerado o favorito de Hu para tornar-se o próximo presidente do país, dentro de cinco anos.


 


Por outro lado, a substituição de Zeng Qingbong não é uma surpresa, devido aos rumores sobre sua iminente aposentadoria, levantados por ele próprio.


 



Desenvolvimento social


 



Hu Jintao é considerado um dirigente preocupado com o desenvolvimento econômico aliado à solução dos problemas sociais e ambientais da China. Enquanto Zeming é tido por analistas como um defensor do “desenvolvimento” a qualquer preço.


 


Durante o Congresso, Hu Jintao deixou claro aos setores do partido que aplicará políticas para reduzir a desigualdade entre ricos e pobres.


 



Além do novo comitê, as mudanças no estatuto do partido mostram a crescente influência de Hu no momento em que ele se lança para mais um período no comando da quarta maior economia do mundo.


 



“Hu tem o poder, agora depende dele decidir como usá-lo e o que ele quer fazer”, disse Li Datong, ex-editor do jornal do partido que agora escreve análises políticas. Hu também foi quem mais recebeu votos na eleição do Comitê Central, perdendo somente duas das 2.235 votações, segundo um delegado.


 



“Hu deixou claro que está no controle de um sistema mais alinhado a normas, embora ainda tenha que partilhar o poder”, disse o analista político Ding Xueliang, da Fundação Carnegie para a Paz Internacional em Pequim.


 



O anúncio da composição do novo Comitê Central do PCC, nesta segunda-feira, deverá deixar mais claro até que ponto o presidente Hu foi bem-sucedido.


 



Da redação,
com agências