Pontos de cultura defendem profissionalização para ter vida longa
No início do mês, ao lançar o Programa Mais Cultura, o governo assumiu o compromisso de implantar 20 mil pontos de cultura até 2010, final do mandato do presidente Lula. Hoje, existem 630 unidades desenvolvendo as mais variadas atividades culturais em
Publicado 21/10/2007 19:51
Na opinião de Ariane Porto, coordenadora de comunicação dos pontos A Era da Cultura do Tao, em Campinas (SP), e Educação dos Povos do Mar, em São Sebastião (SP), é preciso se profissionalizar para conseguir recursos próprios.
“As pessoas precisam saber gerenciar. A gente não pode achar que o governo vai querer apoiar a diversidade cultural a vida inteira. Se a gente não transformar [o produto] em valor econômico, vender nossas coisas, a gente não vai ter como se sustentar”, afirma.
O ponto de Campinas capacita técnicos para artes, como maquiador, iluminador e produtor. Já o de São Sebastião promove a cultura caiçara por meio do artesanato, pesca e produção audiovisual.
Para o diretor do ponto Música e Artesanato Marajoara, Paulo de Carvalho, o gerenciamento é importante para os projetos terem vida longa, continuidade. O ponto promove oficinas de cerâmica, bordado, serigrafia e resgate da tradição de folias na Ilha de Marajó, no Pará.
Já Gavin Andrews, do Navegar Amazônia, no Amapá, acredita que o tipo de prestação de contas exigido não condiz com a realidade dos pontos de cultura. “A burocracia não contempla o dinamismo e a diversificação dos pontos”, afirma o cineasta, lembrando que muitos não têm contador ou um conselho fiscal. Instalada em um barco, a Navegar Amazônia leva internet, informática, fotografia e vídeo para comunidades ribeirinhas do Amapá, Pará e Amazonas.
Os coordenadores participaram de um debate sobre a inserção de vídeos produzidos pelos pontos de cultura na programação da nova TV pública, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A coordenadora Ariane Porto defende a criação de um formato com alto padrão de qualidade. Já os representantes do Pará e Amapá acreditam que a inclusão permitirá mostrar o cotidiano do povo da região Norte ao resto do país de maneira mais abrangente, sem estereótipos.
Fonte: Agência Brasil