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Conflito no Quênia ameaça planos do campeão da São Silvestre

Tricampeão da tradicional corrida de São Silvestre (2002, 2004 e 2007) e vencedor de um prêmio de US$ 500 mil por ter obtido o melhor desempenho no circuito das principais maratonas do mundo (Londres, Chicago, Nova York, Boston e Berlim), o queniano Ro

O conflito que tomou conta de Nairóbi, capital do Quênia, está fazendo o tricampeão temer por sua presença em território chinês. Depois do contestado resultado das eleições presidenciais que mantiveram Mwai Kibaki no poder, o país enfrenta conflitos que já mataram pelo menos 300 pessoas nas ruas até a manhã desta quarta-feira (2).



Durante o bate-papo, Cheruiyot comentou sua relação com Patrick Ivuti, amigo inseparável e vice-campeão da prova realizada no último dia de 2007 e descartou veementemente abandonar sua pátria, mesmo admitindo o medo de retornar ao país e ser impedido de disputar as Olimpíadas.  Disse também acreditar na volta da paz e avisou que irá trabalhar forte já no início do ano para realizar seu grande sonho: conquistar a medalha de ouro nos Jogos de Pequim.



Como você avalia mais uma passagem por São Paulo?
Maravilhosa. Sempre fui muito bem tratado e, por isso, gosto bastante do Brasil. Recebi o carinho de todos e espero estar aqui para vencer novamente no final do ano.



Você mostrou uma ligação muito grande com o Patrick Ivuti (vice-campeão), passando todo o tempo junto dele e levando essa amizade para a pista, o que resultou na dobradinha. Vocês treinam juntos no Quênia?
Não. Somos amigos desde 2003, mas treinamos separados. Na hora da prova, nem vi que era ele quem estava atrás de mim, pois, quando corro, me transformo e não vejo mais nada na pista.



Depois de se consagrar novamente no Brasil, qual seu grande projeto para o ano de 2008?
Cheruiyot – Espero buscar mais uma vez o primeiro lugar na Maratona de Boston e conseguir realizar um bom treinamento para disputar os Jogos de Pequim com chances de conquistar uma medalha. Boston e Pequim estão me esperando.



O que pode lhe atrapalhar na busca pelo ouro olímpico. Quem são seus adversários?
Cheruiyot – Acho que o principal problema é a guerra que está acontecendo em meu país, pois não sei se o governo permitirá aos atletas quenianos disputar os Jogos de Pequim. Torço para que tudo isso termine o mais rápido possível.



Você pensa em realizar sua preparação para as Olimpíadas em outro país?
Não. Apesar do medo, tenho que voltar para o Quênia, pois minha vida toda está lá, meus pais estão lá e é lá que tenho minha estrutura toda montada para treinar.



Passados os problemas no Quênia e confirmada sua presença nos Jogos, dá para prometer uma vitória tão fácil quando a da São Silvestre 2007?
Não. A São Silvestre também não é uma prova fácil, mas eu consegui impor um bom ritmo e fiz com que ela ficasse fácil. Em Pequim, a maratona será uma prova completamente diferente e terei de trabalhar duro se quiser conquistar meu objetivo, que é a medalha de ouro.



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