Para Múcio, pacote do governo vai gerar tensão no Congresso
O ministro José Múcio (Relações Institucionais) considerou que o anúncio das medidas para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) tensionou ainda mais a relação do Executivo com o Congress
Publicado 05/01/2008 18:47
De volta ao trabalho a partir de segunda-feira, ele diz que sua missão será mapear demandas e resolver pendências de parlamentares, primeiro passo para reconstruir a relação com os aliados e a oposição após o turbulento processo de votação do chamado imposto do cheque. As pendências envolvem a nomeação para cargos nos Estados e indicações para a administração federal.
“As relações já não estavam boas e tensionaram ainda mais [após o pacote]. Não adianta esconder”, afirmou o ministro à Folha por telefone. Ele está em Pernambuco, de folga por alguns dias. Apesar da avaliação, Múcio disse que o governo precisava decidir, ainda que “constrangido”.”Não existe bom momento para anúncio sobre imposto” disse, acrescentando: “Ninguém aumenta imposto feliz”.
O ministro, entretanto, deixa transparecer que o anúncio o desagradou. Ontem, ele se referiu à virada de ano como “não muito boa”. Disse ainda que queria dar “uma desligada” até retornar a Brasília.
Relator aprova
Para o relator-geral do projeto orçamentário de 2008, deputado José Pimentel (PT), as medidas anunciadas pelo governo para recompensar a CPMF ajudarão a “fechar” o Orçamento. Na terça-feira ele se reúne em Brasília com o ministro Paulo Bernardo para discutir em quais áreas haverá cortes. “O corte não será linear, mas seletivo.” Pimentel prometeu apresentar o relatório em 12 de fevereiro.
Fonte: Folha de S.Paulo