Correa completa 1º ano de governo com alta aprovação popular
O presidente do Equador, Rafael Correa, completará nesta terça-feira (15) um ano de poder, com uma popularidade alta e após ter alcançado sua promessa de campanha de instalar uma Assembléia Constituinte que elabore uma nova Constituição.
Publicado 14/01/2008 14:35
Correa assumiu a Presidência em 15 de janeiro de 2007, após vencer no segundo turno o milionário de direita Alvaro Noboa, com a promessa de estabelecer uma Assembléia Constituinte e com o objetivo de mudar o sistema político e econômico do país, após uma década de instabilidade. “O primeiro ano da revolução civil teve muito sucesso”, expressou no sábado Correa durante seu programa de rádio.
“Certamente, foi um ano duríssimo” devido a uma “oposição feroz” que, segundo Correa, teve que enfrentar em todos os processos que levaram à instalação da Assembléia Constituinte e a concretização dos projetos do governo. “Sem nenhum deputado, em três meses ganhamos a consulta popular para a Assembléia e ganhamos por 7 a 1. Em oito meses já tínhamos as eleições para os membros da Assembléia e ganhamos 80 das 130 cadeiras”, disse o presidente.
Em um fato inédito na história do país, o Correa soma três vitórias eleitorais em menos de um ano: ganhou o segundo turno das eleições presidenciais, depois a consulta popular para a aprovação da instalação da Assembléia e venceu nas eleições da própria Assembléia ao conquistar 80 cadeiras das 130 na instituição com máximos poderes no país.
O presidente também soma uma popularidade que chega a 55%, segundo as últimas pesquisas, devido principalmente ao fato que centra seu discurso político contra o congresso unicameral e os partidos políticos tradicionais.
Oposição enfraquecida
A oposição no país ficou quase anulada ao ser derrotada nas eleições dos membros da Assembléia e após a decisão da Assembléia, depois de assumir os poderes plenos, de suspender o trabalho do congresso unicameral.
Correa tem agora uma Assembléia e uma maioria dentro dela para aprovar as reformas a várias leis necessárias para consolidar seu projeto político e econômico, o que leva a oposição a reagir, afirmando que o estilo de Correa é “intolerante” e “grosseiro” e que o país vive em uma “ditadura” e que o governo “quer ter o poder total”.
No plano internacional, o governo conseguiu que Quito se tornasse sede da União Sul-Americana de Nações (Unasur) e que o ex-presidente Rodrigo Borja fosse seu primeiro-secretário executivo.
Também estreitou vínculos com a Venezuela ao firmar vários acordos petroleiros para construir uma nova refinaria e explorar gás, mas deixou de lado a relação com os Estados Unidos, com quem suspendeu as negociações para um Tratado de Livre Comércio, apesar de expressar seu interesse em chegar a um tipo de acordo comercial com o governo norte-americano.
Fonte: Ansa Latina