Juventude será tema da 11a Mostra de Cinema de Tiradentes

“Com o número cada vez maior de filmes protagonizados por jovens e adolescentes, em geral vivendo situações de crise e conflito, de desconforto, revolta, frustração e resignação, achei pertinente destacar esse universo etário e dramático porque, no mínimo, essas questões andam ocupando a mente dos diretores brasileiros contemporâneos, além de estarem em sintonia com esse volume expressivo de novos diretores no cenário da produção cinematográfica”, justifica Cléber Eduardo, curador da Mostra de Tiradentes.

Dentro desse espírito, a Mostra homenageia, pela primeira vez, duas personalidades que simbolizam essa renovação do cinema brasileiro: a atriz Rosanne Mulholland e o ator João Miguel, ambos revelados no cinema nos anos 2000, trabalhando em filmes de diretores surgidos nos últimos cinco anos, que, em menos de três anos, firmaram seu lugar de destaque na produção brasileira.

Cada homenageado terá três longas-metragens exibidos ao longo da programação.   A 11a Mostra de Cinema de Tiradentes exibirá um total de 126 filmes, sendo 27 longas-metragens, 35 curtas e 64 vídeos, divididos em 48 sessões ao longo de seus nove dias de programação oferecida gratuitamente ao público.

Haverá ainda a promoção de 12 debates de longas – Encontro com a critica, o diretor e público, além de três mesas redondas e três debates que farão parte do Seminário do Cinema Brasileiro: Idéias e Perspectivas.  

Segundo Raquel Hallak, idealizadora e coordenadora geral da Mostra de Cinema de Tiradentes, “o evento cresceu – a estrutura foi ampliada e o público registrado é recorde a cada edição. O que era para ser uma Mostra pequena e regionalizada, tornou-se um enriquecedor espaço de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro”.

A programação de longas mescla filmes premiados de diretores já consagrados e obras inéditas da novíssima geração de cineastas brasileiros, divididos em quatro sessões: Juventude em Trânsito (conceito central da Mostra, dedicada a filmes centrados no universo dos personagens jovens), Olhares (com filmes premiados que estarão entre os principais destaques do cinema brasileiro em 2008), Vertentes (com foco em obras cuja linguagem expõe a própria construção, fugindo de regras e convenções) e a grande novidade deste ano, a mostra Aurora, dedicada a jovens diretores que manifestam em seus primeiros longas um desejo de expressão própria e uma abertura para o risco.  

Entre as obras selecionadas, há filmes premiados em importantes festivais como Brasília (Cleópatra, de Julio Bressane, Meu Mundo em Perigo, de José Eduardo Belmonte e Falsa Loura, de Carlos Reichenbach), Gramado (Deserto Feliz, de Paulo Caldas), Cine PE (5 Frações de uma Quase História, filme coletivo da produtora Camisa Listrada) e Festival do Rio (Estômago, de Marcos Jorge).  

A programação de curtas não fica atrás e em suas seis sessões (A Dois, No Princípio, Curto Circuito, Cidades Possíveis, De Carne e Osso e Personagens e Pessoas) poderão ser encontrados filmes selecionados em festivais como Cannes (Saliva, de Esmir Filho, e Um Ramo, de Juliana Rojas e Marco Dutra), Berlim (Café com Leite, de Daniel Ribeiro), Clermont-Ferrand (Trópico das Cabras, de Fernando Coimbra) e Brasília (Décimo Segundo, de Leonardo Lacca, Café com Leite, de Daniel Ribeiro, Sistema Interno, de Carolina Durão, Esconde Esconde, de Álvaro Furloni, e Trópico das Cabras, de Fernando Coimbra).  

Já o vídeo continua se firmando como o espaço ideal para experimentações, tanto de jovens realizadores quanto de vídeo-artistas já consolidados. Em suas sete sessões (No Fio da Navalha, Mediações, Percepção Aberta, Espaços Públicos, Efeitos do Contemporâneo, Achados e Perdidos e No e Com os Lugares), o público poderá encontrar obras desafiadoras, que surpreendem pelo uso e exploração da linguagem proporcionada pelo vídeo, e ainda poderá votar em seus preferidos para o Troféu Barroco.