Bush anuncia pacote bilionário contra recessão nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira (18) um pacote de incentivos à economia que inclui benefícios fiscais para empresas e para famílias. Ele disse que as medidas, que têm que ser aprovadas pelo Congresso, devem entr
Publicado 18/01/2008 16:22
O presidente deu poucos detalhes sobre o pacote, dizendo apenas que os incentivos têm que ser grandes o suficiente para ter impacto em uma economia tão grande quanto a dos EUA.
Segundo Bush, para isso o pacote teria que trazer incentivos da ordem de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – o que significa cerca de US$ 145 bilhões, segundo a Casa Branca.
O presidente disse que propôs ao Congresso redução no Imposto de Renda dos indivíduos, para que “as famílias possam ter mais de seu próprio dinheiro disponível” e “gastá-lo como acharem melhor”.
Já para as empresas, Bush propôs incentivos fiscais para aquelas que fizerem investimentos neste ano, gerando empregos e renda. O presidente não usou a palavra “recessão” em seu discurso e disse que a economia dos EUA é fundamentalmente forte, mas precisa de “uma injeção no braço” para continuar saudável.
Congresso
O presidente dos EUA disse ter conversado com lideranças no Congresso e que há consenso sobre a necessidade de estímulos à economia. Bush disse acreditar que o pacote seja aprovado rapidamente com apoio dos dois partidos, Republicano e Democrata.
Ele também pediu que o Congresso torne permanentes alguns cortes nos impostos criados em sua administração, que vencem em 2010. Esses incentivos, porém, são polêmicos e muitos congressistas são contrários a eles.
Desaceleração
Os Estados Unidos vem passando pela chamada crise do subprime, devido ao aumento do endividamento das famílias com hipotecas de alto risco, que estão levando muitas a perderem suas casas. Além disso, bancos e outras instituições financeiras estão tendo prejuízos com os empréstimos de risco.
Com menos crédito disponível, a preocupação é a de que o consumo no país tenha queda e com isso a economia desacelere ou mesmo entre em recessão.
A economia norte-americana enfraquecida pode ter impacto sobre todo o mundo, inclusive o Brasil. Além de o país comprar menos produtos brasileiros, a crise pode fazer investidores “fugirem” de ativos com maior risco, como os papéis do governo e as ações de empresas brasileiras.
Retomada
Nesta quinta-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, defendeu a idéia de um plano temporário para a retomada imediata do ritmo da economia norte-americana ante o perigo de uma recessão.
Bernanke disse que aprova a idéia de um pacote de estímulo fiscal, desde que seja “implementado com atenção e estruturado de forma que seus efeitos sobre os gastos agregados sejam sentidos o máximo possível nos próximos 12 meses ou por volta disso”.
“Concordo que uma ação fiscal pode ser útil em princípio, na medida em que estímulos fiscais e monetários juntos podem oferecer um apoio mais amplo para a economia do que apenas as políticas monetárias”, afirmou.
O pacote, no entanto, tem de ser “explicitamente temporário”, uma vez que os EUA estão diante de “desafios difíceis para o Orçamento no longo prazo, associados ao envelhecimento da população, aumentos nos custos dos seguros de saúde e outros fatores”.
Em 2007 o Fed cortou a taxa em três ocasiões consecutivas –setembro (0,50 ponto percentual); outubro (0,25 ponto percentual); e dezembro (0,25 ponto percentual)– a fim de estimular o crédito e reativar a economia americana. A expectativa entre economistas e investidores é de que o banco irá reduzir mais uma vez os juros, hoje em 4,25% ao ano.
O Fed deve se reunir nos próximos dias 29 e 30 para decidir sobre sua taxa de juros.
Da redação, com agências