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Após Carolina do Sul, Obama vai fortalecido à 'super-terça'

Ainda na luta para ser o candidato democrata à sucessão de George W. Bush na Casa Branca, Barack Obama ganhou novo fôlego e estímulo neste sábado (26), ao vencer de forma consagradora as primárias da Carolina do Sul. O triunfo fortalece o senador de Il

Na Carolina do Sul, graças ao esmagador apoio do eleitorado negro, Barack Obama recebeu o dobro dos votos da senadora Hillary Clinton (55% x 27%) e também superou o ex-senador John Edwards (18%). O fato de metade dos cidadãos que foram votar ser afro-americana, segundo as pesquisas de boca-de-urna, poderia ter ajudado o senador a vencer a disputa, na qual houve uma grande polarização racial dos eleitores.


 


De fato, oito de cada dez eleitores negros que compareceram às urnas votaram em Obama, enquanto apenas dois escolheram a ex-primeira-dama dos Estados Unidos. Em sua primeira aparição pública após obter a vitória, Obama tentou — segundo os analistas políticos — amenizar a tensão racial que houve na campanha nos últimos dias.


 


O senador não quer ser considerado ''o candidato dos afro-americanos'' — o que poderia prejudicá-lo no restante do país. ''Nestas eleições, não se trata de escolher segundo a região de cada um, a religião ou o gênero. Não se trata de ricos contra pobres, jovens contra velhos, nem brancos contra negros. Trata-se (de uma batalha) do passado contra o futuro'', disse publicamente.


 


Novo cenário


 


O resultado das primárias na Carolina do Sul aumentou a indefinição da corrida eleitoral entre os democratas. Segundo pesquisas, Hillary ainda é a favorita para vencer em estados com grandes colégios eleitorais, como a Califórnia, Nova York e Nova Jersey.


 


Mas tanto Obama como Hillary estão procurando faturar o máximo possível de delegados em cada estado, para a eventualidade de a disputa só ser decidida na convenção democrata, que acontece em agosto na cidade de Denver, no Colorado.


 


Nos estados da ''super terça-feira'', Obama espera repetir o êxito obtido em Iowa, de população predominantemente branca, e na Carolina do Sul, de eleitorado majoritariamente negro.


 


Além do apoio afro-americano, Obama tem despertado a simpatia de eleitores independentes, como aconteceu em New Hampshire, onde ele obteve a segunda colocação. Sua candidatura também atrai republicanos moderados — caso de Nevada, estado em que o senador também ficou com o segundo lugar, mas faturou mais delegados do que Hillary.


 


O fato de a candidatura de Obama ter um apelo que transcende raças e até barreiras ideológicas vem sendo destacado por seus eleitores, que apreciam a mensagem de união defendida pelo candidato. ''Ele é um homem negro e é um grande orador. É como Martin (o reverendo Martin Luther King), que tinha muitos correligionários brancos'', disse o afro-americano Tommie Wilson, que votou em Obama neste sábado.


 


“Telefonei para meu avô hoje, e ele falou que sonhava em um dia ver um homem negro chegar à Presidência. Isso é muito bonito, mas a importância de Obama não é o fato de ele ser afro-americano — mas, sim, de ter uma mensagem que chega a todos os americanos'', afirmou.