PCdoB deixa governo municipal de Passo Fundo (RS)

Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, dia 07 de fevereiro, no gabinete do vereador Juliano Roso, o PCdoB anunciou que estava deixando o governo municipal, que tem a frente Airton Dipp, do PDT. Durante a coletiva, três integrantes do Comitê

O PCdoB ocupava a Secretaria de Desporto e Cultura (SEDEC) desde abril de 2006, após convite feito pelo chefe do Poder Executivo Municipal.     
Dentre os motivos relacionados pelos comunistas para a ruptura política, destacam-se os seguintes: 



1 – O governo Dipp é um governo que estava em disputa entre os setores conservadores e os setores mais avançados, e a nossa avaliação é de esses setores mais conservadores estão vencendo, pois o que tudo indica é o candidato a vice-prefeito será novamente do PP, o que não reflete o momento de avanços sociais e econômicos do país, em torno Governo Lula; 


 


2 – O governo Dipp sempre privilegiou o pragmatismo à política. Por exemplo, o apoio ao governo Yeda e o aumento de impostos. O prefeito Airton Dipp esteve e parece ainda estar comprometido com esses interesses mais conservadores, apesar de que sem o governo Lula, a atual administração seria apenas um governo de médio para fraco, no entanto, com os recursos do governo federal, fazem deste governo municipal um governo razoável, pois é graça ao conjunto de obras com tais recursos, como apontamos na nota pública lançada em dezembro, que este governo tem realizado suas realizações importantes na cidade. Em nossa opinião, esta administração não se esforça em refletir isso e, pior, em alguns casos tenta escamotear;



 
3 – Gostaríamos de ressaltar a nossa participação na atual administração, entendemos que demos uma grande contribuição, sobretudo numa visão diferenciada de inclusão e gestão de cultura, por exemplo, o caso do Projeto Culturação, que é um marco de uma política de cultura que rompe com o clientelismo e o amiguismo, os quais estavam instalados na Sedec, bem como com a forma de aproximar e de trazer os setores interessados para o ambiente das decisões, ampliando o diálogo e a democracia, como se viu com o belíssimo Carnaval de 2008, que, com certeza, deixará saudades, assim como outras realizações;



 
4 – O governo Dipp é um governo de profundas limitações, temos apontado isso não de hoje. Pois nosso partido não está preso a cargos, como um loteamento do Passo Municipal, na composição atual e para a próxima eleição, com garantias de secretarias ou coligação. Achamos que é preciso um projeto para a cidade, a qual cresce e com ela crescem as exigências de quem mora nela. Portanto, é preciso uma Passo Fundo para além dos velhos marcos política da cidade, lastrados no Gomismo ou do Dippismo. Um cara nova e renovada na política é o que representa o PC do B, em todo o país, e a Manuela é prova disso, que assim apresenta suas lideranças. E, aqui, temos quatro nomes para a disputa à prefeitura, o que ainda devemos decidir num Seminário do partido, com a militância, para o fim de lançamento de candidatura própria, sendo eles: André Agostini; César Augusto Azevedo dos Santos; Émerson Brotto e Juliano Roso;


 


5 – Quanto à Câmara de vereadores, o Governo Dipp, no seu último ano de governo, não terá mais maioria, não seremos oposição sistemática, mas quando éramos governo, fomos leais, até em questões bem difíceis para o nosso partido, como o caso da terceirização da merenda escolar e o aumento do IPTU. Com isso, nós tentamos de forma honesta contribuir para que este não fosse só um governo de limpar ruas e pintar meio fio. Assim, o PC do B entra nessas eleições de 2008 com o tamanho e a responsabilidade de ser protagonista, por exigência histórica do nosso povo, pelo compromisso de ser um partido de esquerda, de luta pelo desenvolvimento de Passo Fundo e do Brasil, que não será pautado por mais cargos, como forma de fazer política.” 



 
A saída do Partido da coalizão governista teve amplo destaque na imprensa e grande impacto no quadro político local. O PCdoB apresentou quatro nomes como pré-candidatos à prefeitura. César Augusto dos Santos, professor universitário, Diretor da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF e, até então, titular da SEDEC; Émerson Lopes Brotto, advogado trabalhista, professor universitário na FAPLAN e presidente municipal do Partido; Juliano Roso, professor de história e vereador e André Agostini (Dedé), empresário, professor e ex vereador em Passo Fundo, pelo Partido dos Trabalhadores.  


 



A partir de agora, o Partido passa a preparar um amplo Seminário Sobre Plano de Governo, movimentação da chapa proporcional e articulação política com outras forças de oposição e da composição do governo para as eleições municipais.