The Washington Post mostra índios isolados de Rondônia

A revista Post Magazine, veiculada aos domingos junto com o jornal The Washington Post, dos Estados Unidos, mostrou recentemente uma ampla reportagem sobre os índios isolados (de etnia desconhecida) de Rondônia.

A matéria, assinada por Monte Reel, trouxe depoimentos de sertanistas que trabalharam – e foram perseguidos – no estado por conta da luta em defesa dos direitos dos povos indígenas.



 
É o exemplo de Marcelo dos Santos, que na época em que foi chefe do departamento de índios isolados da Funai (Fundação Nacional do Índio) acabou comprando brigas com latifundiários e políticos influentes. Por fim, recebeu uma moção de repúdio da Assembléia Legislativa, em 1997. Do total de 24 parlamentares estaduais, 23 trataram-no como 'persona non grata'. Contraditoriamente, um ano depois, Marcelo foi condecorado pelo Governo Federal com a Ordem de Rio Branco ao grau de Cavaleiro. Mas, Marcelo acabou indo embora de Rondônia por pressão política; hoje vive em Goiás. 



 
 
Monte Reel entrevistou em Vilhena (cidade pólo na região onde houve genocídios indígenas) o presidente estadual do PCdoB, Júlio Olivar, um defensor contumaz da questão indígena. Em 1998, Olivar foi o primeiro a a entrevistar Marcelo dos Santos e a reportar na imprensa regional o caso do 'índio do buraco' – um último sobrevivente que vivia numa toca, fugindo, depois de ver toda a sua tribo morrer.



 
'Os índigenas e quem os defende são vistos por muitos como inimigos do progresso. Há dificuldade para entender a cultura e conviver com as minorias', afirmou Júlio Olivar ao repórter americano, relatando o caso de Marcelo dos Santos, que teve seu trabalho inviabilizado pelo poderio político e econômico. Parte das informações repassadas por Olivar serviu de subsídio para a reportagem publicada pelo Washington Post.


 


Da assessoria