Brasil e Argentina ampliarão cooperação em energia nuclear

“Tudo é para fins pacíficos, nesta linha de tentar diminuir os problemas energéticos que existem”, disse o ministro sem revelar detalhes. “Vai ser algo que terá impacto de opinião pública até mesmo fora dos dois países”, afirmou. Na avaliação do ministro, a adoção de novas fontes é um dos caminhos para superar a escassez de energia da região.

Brasil e Argentina também pretendem aprofundar a parceria em matéria espacial e de defesa – segundo Amorim, os dois países decidiram reativar uma comissão bilateral conjunta em defesa. “Já temos uma excelente cooperação e podem surgir novos projetos”, disse o ministro.

Projetos

De imediato, de acordo com o chanceler brasileiro, está acertado o desenvolvimento conjunto, pelo Exército dos dois países, do jipe militar batizado de Gaúcho. Também deve ser anunciado projeto de cooperação entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Fábrica Militar de Aviões de Córdoba. Segundo Amorim, a Embraer estaria disposta a fazer um centro de manutenção em Córdoba e até produzir partes e peças na fábrica argentina.

Outros projetos na mira dos dois governos são a modernização da ponte entre Uruguaiana (RS) e Paso de Los Libres, pela qual passa grande parte do comércio entre os dois países, e estudos para a construção de uma terceira ponte entre Brasil e Argentina, sobre o Rio Uruguai. “Estamos reforçando essa parceria estratégica”, acrescentou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra nesta sexta-feira em Buenos Aires com a presidente Cristina Kirchner. Em seguida, haverá reunião ampliada com ministros dos dois países e cerimônia de assinatura de atos.

À tarde, Lula visita o Congresso Nacional e a Corte Suprema e se encontra com o governador de Buenos Aires. No sábado (23), Lula terá reunião trilateral com Cristina Kirchner e o presidente boliviano, Evo Morales, para tratar de fornecimento de gás. O retorno ao Brasil está previsto para o começo da tarde deste sábado.

Disposição em ajudar

Poucas horas antes da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu que há disposição do governo brasileiro em ajudar o país vizinho a superar uma eventual crise energética, desde que isso não represente risco de desabastecimento no Brasil.

“O Brasil não vai tomar uma posição que implique um risco de apagão”, afirmou, em entrevista coletiva. O ministro frisou ainda que o Brasil não pode se comprometer “de antemão” a ceder gás para a Argentina, pois não sabe qual será a necessidade brasileira quando o inverno argentino chegar.

“Nem sequer os argentinos estão pedindo isso”, afirmou. “A gente não sabe quão severo será o inverno aqui e como estarão as hidrelétricas no Brasil”.

Fonte: Agência Brasil