Prefeitura do Rio admite surto de dengue em 15 bairros

A Secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, no dia 21, que 15 bairros da cidade sofrem surto de dengue. Já foram registrados 6.723 casos da doença somente na capital, sendo 14 do tipo hemorrágica. Número de casos de dengue encontra-se

Segundo o Ministério da Saúde, uma determinada área tem que apresentar taxa de incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes para caracterizar surto. O bairro de Curicica, em Jacarepaguá, é o recordista em notificações de dengue, com uma taxa de incidência de 2.653,1. Em seguida aparecem Gardênia Azul (747,4), Santo Cristo (603,0) e Bonsucesso (580,4).



Outros dados preocupam os especialistas. A área que engloba Inhaúma, Méier e Jacarezinho é a que apresenta maior índice de infestação do Aedes aegypti: 7,87% — em cada 100 casas visitadas, foram encontrados focos do mosquito em, pelo menos, sete delas. O mínimo tolerável pela OMS é 1%. Já a região com maior índice de pendência (moradores que não abrem a porta para agentes de saúde fazerem o combate ao mosquito) é a que abrange Centro, Rio Comprido, São Cristóvão, Santa Teresa e Zona Portuária: 49,5%.



Foram confirmadas nove mortes provocadas pela doença no município do Rio de Janeiro e uma em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o que eleva o total no território fluminense para dez.



Outros bairros da capital que sofrem surto de dengue são: Zona Portuária: Saúde e Santo Cristo; Zona Central: Cidade Nova; Subúrbios: Benfica, Bonsucesso, Jacaré, Vista Alegre, Ramos, Jardim América e Costa Barros; Zona Oeste: Anil, Curicica, Gardênia Azul, Cidade de Deus e Camorim.



Em todo o Estado, já foram notificados 9.247 casos da doença, segundo informou a Secretaria estadual de Saúde. Deste total, 59 são de dengue hemorrágica. Além das 10 mortes notificadas atribuídas à dengue,  21 ocorrências ainda estão sendo investigadas.



Violência e dengue



No dia 22, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que há dificuldade dos agentes de saúde entrarem em comunidades dominadas pelo tráfico e que isso tem atrapalhado o trabalho de combate ao mosquito da dengue nos municípios fluminenses. “Como colocar agentes de saúde em comunidades dominadas pelo tráfico?”, questionou, para acrescentar em seguida: “É verdade que há dificuldade dos agentes entrarem em determinados lugares e também que alguns moradores, também pela questão da violência, impedem a entrada dos agentes”.



Porém, a incidência dos casos de dengue, na cidade do Rio, por exemplo, atinge várias regiões da capital carioca, o que desmonta a tese que associa o surto da doença à violência.