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Serra marca leilão da Cesp; movimentos prometem dura reação

O governador José Serra marcou o leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) – empresa responsável pela geração da energia no estado – para o dia 26 de março. O governo prevê que o negócio não saia por menos de R$ 6,6 bilhões, sendo

Para Augusto Chagas, presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), o povo não quer retornar ao período das privatizações.


 


“O governador José Serra está andando para trás. Hoje se discute desenvolvimento, o que é contraditório com privatização e entrega do patrimônio público. Os estudantes não vão ficar parados assistindo o governador vender São Paulo. Vamos desde já conversar com outras entidades, lançar campanhas e fazer grandes manifestações, tomar às ruas contra a venda da Cesp”, disse Augusto ao Vermelho.


 


Já Arthur Herculano, da União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes), salienta que a venda das empresas públicas é mais uma demonstração da falta de compromisso do governo estadual com o povo.


 


“Durante anos os governos tucanos têm vendido patrimônio dizendo que o dinheiro é para investimentos sociais. Mentira, como se pode ver pela piora das condições de vida do povo e pela péssima situação do ensino público estadual. Durante a campanha para presidente, o PSDB disse que não ia fazer mais privatização e chegaram até a vestir o Alckmin de garoto propaganda das estatais, mas agora querem vender tudo. Nós, estudantes, junto com os trabalhadores e as entidades da CMS [Coordenação dos Movimentos Sociais] vamos impedir que isso aconteça com a Cesp”, agrega.


 


Liminares


 


Duas liminares suspendiam o lançamento do edital da venda antes que fossem realizadas audiências públicas, mas foram derrubadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.


 


A proposta do Programa Estadual de Desestatização (PED), incorporado pelo governo, foi fazer o leilão em bloco, com pagamento à vista, em reais. O leilão do dia 26 será na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).


 


Tão preocupante quanto a alienação do patrimônio público são os que pretendem ser os novos donos e a conseqüente desnacionalização. Entre as principais interessadas na compra da companhia paulista figuram grandes empresas estrangeiras, como a Enel/Endesa (de capital ítalo/espanhol), a Iberdrola/Neoenergia (espanhol), a Suez/Tractebel (franco/belga) ou a EDP (Energias de Portugal).